


Simpósios
Os simpósios serão coordenados por dois pesquisadores doutores. Cada simpósio acolherá um mínimo de 5 inscritos (contando com os coordenadores) e um máximo de 15. Cada sessão de simpósio terá, no máximo, duas horas. O tempo das apresentações individuais dentro de cada simpósio vai depender do número de inscritos. Se o simpósio receber muitas inscrições, ofereceremos mais uma sessão de duas horas, em outro dia. A organização da dinâmica interna de cada simpósio ficará a critério dos seus respectivos coordenadores, podendo inclusive indicar debatedores ou comunicadores de destaque.
Pesquisadores (mestres e doutores), doutorandos e mestrandos poderão participar do Congresso apresentando comunicações orais nos diversos simpósios listados abaixo. Link para "Envio de trabalhos". A inscrição de ouvintes poderá ser feita após o prazo final do envio de trabalhos.
Prazo para envio de trabalhos: até dia 25/04/2025
Lista dos 43 simpósios do VI Congresso Internacional da Abes
A circulação de valores de sujeito na literatura contemporânea
Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan (UNESP), Alexandre Silveira Campos (UNESP)
A Semiótica tem permitido pensar, com mais rigor, nas diferentes formas de linguagem acessadas para a difusão do pensamento humano e dos debates coletivos presentes nas redes sociais e nos encontros promovidos pelos meios de comunicação em geral. O debate sobre a arte, com ênfase na literatura, fornece exemplos de como os sujeitos podem acessar a linguagem que tanto pode manifestar valores em circulação para complexificar a reflexão, quanto para torná-la refém de uma apreensão literal, sem a mediação que permite percebê-la semissimbólica, o que tem empobrecido o debate. Como exemplo, as listas de obras literárias recomendadas para os exames vestibulares têm fomentado a discussão, de forma que a subjetividade dos valores em circulação tensiona os vieses sociais, políticos e ideológicos engendrados nos modos de produção de sentido da literatura. Assim, este simpósio pretende promover a reflexão sobre as relações de sujeito e as construções de valores, hegemônicos ou identitários, a partir de onde a semiótica possa contribuir com o debate posto entre as diferentes posições da linguagem da literatura contemporânea.
Palavras-chave: Semiótica literária; literatura contemporânea; circulação de valores.
Línguas do simpósio: Português, Inglês Espanhol
Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan (UNESP)
Profa. Dra. Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan, professora assistente doutora, aposentada, do programa e Pós-Graduação em Estudos Literários da UNESP – Campus Araraquara. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria da Literatura e Semiótica, principalmente nas seguintes linhas de pesquisa: teorias e críticas da poesia, teorias e críticas da narrativa e relações intersemióticas.
Alexandre Silveira Campos (UNESP)
Prof. Dr. Alexandre Silveira Campos é professor assistente doutor da UNESP – Campus de Araraquara. Coordenador do PET Letras, FCLAr, em que desenvolve, entre outros, os projetos “Leitura que redime” em parceria com a Penitenciária de Araraquara e “Lendo na Casa” em parceria com a Fundação CASA de Araraquara. Atua nas áreas de língua e literatura hispânicas, semiótica e teoria literária.
A circulação de valores de sujeito na literatura contemporânea
Maria de Lourdes Ortiz Gandini Baldan (UNESP), Alexandre Silveira Campos (UNESP)
A prática semiótica e as redes sociais: a presença em questão
Raimundo Isídio de Sousa (UESPI), Shenna Luíssa Motta Rocha (UESPI)
É crescente o uso da internet como objeto que possibilita a produção e a circulação de textos, discursos e práticas de comunicação e de interação nas mais diversas áreas do conhecimento. Partindo do postulado de Fontanille sobre o alargamento dos limites da textualidade, especialmente quando trata dos níveis de pertinência semiótica, apresentamos a hipótese de que a enunciação, instaurada e cravada em ambiente de interação on-line, possibilita aproximar os polos do sujeito da enunciação e, ao mesmo tempo, diminuir a diferença entre o enunciado e a enunciação e entre o alhures e o aqui, uma vez que a enunciação pode acontecer em ato, “em marcha” (Discini, 2024). A interação nas redes sociais, considerada como uma prática semiótica, permite instituir e mobilizar discursos na ordem da experiência do sujeito-no-mundo mediante a relação deste com o mundo significante. Nesse sentido, o efeito de presença perpassa por diversas estratégias enunciativas que remetem aos modos de presença e a desdobramentos concernentes à projeção dos dispositivos da enunciação, que estão necessariamente vinculados à prática da interação on-line, conforme requer a própria morfologia do objeto-suporte. Assim este simpósio tem como objetivos gerais discutir acerca dos modos de presenças que emergem das práticas interativas possibilitadas pelos usos da internet, depreender as especificidades dessas práticas e o seu funcionamento de forma a apreender como o conjunto significante da prática produz e adensa efeitos de presença e como as instâncias enunciativas se instauram nesse conjunto e em outros níveis de pertinência. Assim, neste simpósio, acolheremos trabalhos que versem sobre os modos de presença no ambiente digital on-line e as práticas semióticas interacionais que se constituem e que circulam na internet, entre outras, tendo como fundamento teórico-metodológico e analítico a semiótica discursiva e seus desdobramentos práxico-tensivos e outras vertentes da semiótica que explorem as formas de presença, a internet e as redes sociais.
Palavras-chave: Redes sociais; Práticas semióticas; Presenças.
Línguas do simpósio: Português e Espanhol
Raimundo Isídio de Sousa (UESPI)
Prof. adjunto da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), licenciado e especialista em Letras Português e Mestre em Letras (Linha: Estudos de Linguagem) pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), doutor em Letras (Linha: Semiótica e Linguística Geral) pela Universidade de São Paulo (USP).
Shenna Luíssa Motta Rocha (UESPI)
Profa. adjunta da UESPI, licenciada em Letras Português pela UFPI, Especialista em Literaturas Brasileira e Portuguesa pela União das Escolas de Ensino Superior Campomaiorenses (UNESC), Mestre em Letras (Linha: Estudos Literários) pela UFPI e Doutora em Letras (Linha: Semiótica e Linguística Geral) pela USP.
A prática semiótica e as redes sociais: a presença em questão
Raimundo Isídio de Sousa (UESPI), Shenna Luíssa Motta Rocha (UESPI)
A presença da semiótica no ensino e na tradução de línguas e culturas
Carmem Praxedes (UERJ), Claudia Moura da Rocha (UERJ)
A semiótica está no mundo mesmo onde nós não a vemos. Mas como podemos expor um mundo semioticamente construído àqueles não iniciados academicamente? Entendemos que de diversas formas, existindo entre elas a do ensino e a da tradução. A primeira, pois vivemos em sociedades organizadas em sua grande maioria com sistemas de ensino e aprendizagem e a segunda porque entendemos com Plaza (2010, p.18) que “qualquer pensamento é necessariamente tradução”. A proposta que ora apresentamos justifica-se, também, pela urgência de a semiótica, seus ramos e suas metodologias se fazerem claramente presentes nas faculdades, institutos e escolas de formação da Educação e Humanidades às Tecnologias, para tanto, urge prepararmos profissionais, entre eles, professores, comunicadores, desenhistas entre outros capazes de fazerem leituras e demonstrarem as marcas da enunciação e dos enunciados, as estratégias de leituras, os mecanismos de manipulação, as fronteiras e semiosferas, as tricotomias, enfim terem condições de colocar para conversar as diversas teorias semióticas, cuja base comum se assenta nos estudos fenomenológicos. Os objetivos gerais desta proposta de simpósio são aproximar estudos e estudiosos de diversas vertentes da semiótica em prol da desconstrução do hermetismo teórico para a popularização da semiótica, de modo que possamos instrumentalizar professores e tradutores em formação tanto num saber-fazer-saber semiótico, quanto na desconstrução dos processos de semiose e semiotização presentes no mundo. Espera-se receber trabalhos que apresentem propostas de leituras e didatização de diversos gêneros textuais, incluindo-se os multissemióticos, sob pesquisa semiótica variada.
Palavras-chave: Semiótica; Tradução; Ensino.
Línguas do simpósio: Português, Francês, Espanhol e Italiano.
Carmem Praxedes (UERJ)
É Professora Titular do Instituto de Letras da UERJ (2019) em que se dedica ao ensino de Língua Italiana e disciplinas afins desde 1996. É Doutora em Linguística USP (2002) – área de concentração em Linguística Geral e Semiótica – e Pós-doutora em Letras Vernáculas USP (2012). Leciona ainda nas Pós-graduações Lato e Stricto Sensu em Tradução e Linguística com estudos e pesquisas voltados para o ensino e descrição de línguas em variados universos discursivos com aporte teórico semiótico numa perspectiva privilegiadamente de Umberto Eco. É crescente o seu interesse também pelo Leste Asiático, suas línguas, códigos e visões de mundo.
Claudia Moura da Rocha (UERJ)
É Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde atua na graduação e na pós-graduação lato sensu (Especialização de Língua Portuguesa). Possui 7 graduação em Letras - Português/Literatura (1995), mestrado em Língua Portuguesa (2005) e doutorado em Língua Portuguesa (2013) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É professora aposentada da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (2º segmento do Ensino Fundamental). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Língua Portuguesa, dedicando-se, principalmente, a pesquisas sobre os seguintes temas: ensino de Língua Portuguesa, humor verbal ou linguístico, livros didáticos de Língua Portuguesa, semântica, semiótica e pragmática.
A presença da semiótica no ensino e na tradução de línguas e culturas
Carmem Praxedes (UERJ), Claudia Moura da Rocha (UERJ)
Comunicação, Consumo e Semiótica
Valdenise Leziér Martyniuk (PUC/SP), Flávia Mayer dos Santos Souza (UFES)
A complexidade da articulação entre comunicação e consumo dá origem ao simpósio proposto. O espaço abre-se ao debate sobre os valores da experiência, do corpo sensível, a evidência da autoimagem e visibilidade no social, a interferência dos sujeitos tecnológicos, dados por robôs e IAs, a exposição e desafios das marcas na atualidade, pelo ativismo e adoção de propósitos, o consumo de ideias e as imbricações nos vários campos (política, cultura, sociedade, meio ambiente, economia), os destinadores que propõem e negociam formas de vida no social, dentre outras temáticas que ganham relevo na esteira do contemporâneo, universo que em sua dinamicidade se multiplica em ressignificações e demanda estudos contínuos e aprofundados. Os sentidos produzidos a partir das presenças do consumo e da comunicação na tessitura da vida social, suas condições de emergência e o amplo espectro de desdobramentos e desafios gerados no cotidiano justificam a proposta deste simpósio e sinalizam a ampla variedade temática de interesse. O simpósio encoraja pesquisadores à submissão de abordagens diversas, possíveis cruzamentos e desdobramentos, objetivando alargar a compreensão dos fenômenos em destaque. Nesse horizonte, as diferentes vertentes da semiótica constituem vias privilegiadas para adensar o debate e enveredar pela construção de significados das presenças novas e reiteradas que, no espectro do consumo, atualizam formas de vida.
Palavras-chave: Comunicação; Consumo; Semiótica.
Línguas do simpósio: Português e Espanhol.
Valdenise Leziér Martyniuk (PUC/SP)
Professora dos PPG em Comunicação e Semiótica e Administração da PUC/SP. Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP); possui pós-doutorado em Comunicação (USP). Pesquisadora no Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS/PUC/SP) e no GEMA - Grupo de Estudos da Marca - PUC-SP. Diretora adjunta da FEA-PUC/SP.
Flávia Mayer dos Santos Souza (UFES)
Professora do Departamento de Comunicação Social e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Territorialidades da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Pós-doutoranda na ESPM, doutora e mestre em Educação pela Ufes. Líder do Grupo de Pesquisa Comunicação e Consumo (Ufes/CNPq) e membro do Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS/PUC/SP/CNPq)
Comunicação, Consumo e Semiótica
Valdenise Leziér Martyniuk (PUC/SP), Flávia Mayer dos Santos Souza (UFES)
Corpo, identidade e cultura: hegemonia da cisgeneridade, dissidência(s) trans e práticas semióticas
Matheux Nogueira Schwartzmann (UNESP), Julia Lourenço Costa (UNESP)
De um ponto de vista semiótico e discursivo, a construção da subjetividade pode ser entendida como uma experiência dinâmica e singular e, por isso, narrativa: uma instância suscetível de dar conta do aparecimento e da elaboração da significação como experiência do ser, a partir da progressão de um corpo no tempo e no espaço. A subjetividade, tomada como estrutura semiótica e narrativa, seria o depósito das formas significantes fundamentais, correspondendo, por sua dimensão virtual, à noção de sistema. Para Félix Guattari e Sueli Rolnik, em Micropolítica - Cartografias do desejo (1982), devemos reconhecer que, além da produção da subjetividade individuada, há também a produção de uma subjetividade social, fruto da força hegemônica, fabril e inconsciente que afeta as trajetórias de vida – o que confirma a dimensão sistemática do processo de subjetivação, que opera entre sistema e uso, entre formas virtuais, atualizadas e realizadas. A identidade se estabelece a partir da negociação entre os procedimentos de individuação e socialização das subjetividades, sendo o conjunto dos processos, atividades e sentimentos que uma pessoa experimenta em si mesma. Essa experiência se organiza como deformação coerente – forma de vida –, estabelecendo microssistemas semióticos que transformam as formas de ser na cultura ora em universais amplamente aceitos, ora em singularidades rechaçadas pelo senso comum. No segundo caso, tais singularidades serão convertidas em formas semióticas da dissidência, da exceção, do desvio ou da resistência. No caso da experiência subjetiva do gênero, as formas sociais e individuais poderão produzir identidades universais, ancoradas numa cultura sexista e colonial, e identidades dissidentes e/ou desviantes que, para perdurarem, resistem às formas universais.
O corpo, entendido não apenas como biológico, mas como espaço semiótico e campo de forças modalizantes, será uma instância de mediação entre a experiência individual e a social, ora funcionando como suporte material da existência (corpo-físico, com fisiologia e temporalidade próprias), ora como suporte formal, resultado das coerções e protocolos socioculturais que circunscrevem a identidade. Dos corpos monstruosos (P. B. Preciado, em “Eu sou o monstro que vos fala”), poderão ser projetadas cenas práticas e formas de inscrição distintas daquelas dos corpos hegemônicos, cujas identidades fazem parte de cenas predicativas reconhecíveis culturalmente como universais. O corpo destro, o corpo vidente e ouvinte, o corpo magro, o que anda em pé, o corpo branco, o corpo cisgênero, instauram práticas semióticas e estabelecem relações com objetos-suportes, próteses e outros corpos que são também universais culturais: o sentido das ruas na cidade, o abridor de latas, a tesoura, o padrão de medidas do vestuário, as calçadas, os sistemas de sinalização, etc. No caso dos corpos travestis, trans e não binários, a experiência de estar no mundo, a constituição da subjetividade e o revestimento identitário serão radicalmente distintos da experiência cisgênera. Isso porque os corpos trans não participam apenas de cenas práticas outras, relacionando-se com objetos de outra maneira: seus corpos e identidades são criminalizados, interditados, punidos e mortos simplesmente por participarem de práticas de vivência no espaço público, como caminhar, protestar, realizar performances artísticas, trabalhar, socializar, entre outras interações que ocorrem no espaço coletivo e compartilhado da cidade.
Tendo em vista a primazia das formas hegemônicas na constituição das identidades, o objetivo deste simpósio é reunir trabalhos que pretendam: (1) analisar como os corpos de travestis, pessoas trans e não binárias se constituem como espaços semióticos de resistência; (2) investigar as dinâmicas de interação entre corpo, espaço, subjetividade e identidade; e (3) refletir sobre as formas de vida (Schwartzmann) que emergem dessas interações, destacando a construção de identidades que desafiam normas hegemônicas e reconfiguram o tecido social.
Palavras-chave: Identidade; Corpo; Transgeneridade.
Línguas do simpósio: Português, Francês, Italiano e Espanhol.
Matheux Nogueira Schwartzmann (UNESP)
Livre-docente em Semiótica do discurso e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela UNESP (2009), com estágio na Université de Limoges, França (PDSE/2006). Tem se dedicado ao estudo do discurso, das práticas semióticas e das formas de vida, do estatuto do texto em semiótica, do problema das tipologias textuais e das questões relativas à construção das identidades e subjetividades no discurso. Atualmente, se interessa especialmente pelo estudo das identidades minorizadas, pelos problemas relativos à construção dos discursos de classe, gênero e raça e pelo problema do viés algoritmo. Editou a Revista do GEL (2016-2020), Coordenou o GT de Semiótica da ANPOLL (2018-2020) e foi Secretária Geral da "Associação Brasileira de Estudos Semióticos - ABES". Atualmente, é Coordenadora do Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara (SP), líder do "Grupo de Pesquisa em Semiótica da Unesp - GPS" (FCLAr/Unesp), e coordena a Rede de Pesquisa Internacional (RPI) "Retórica das identidades: a formação humanista como fundamento da leitura crítica" (CAPES/PrInt).
Julia Lourenço Costa (UNESP)
Professora no Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista, campus Araraquara (UNESP - FCLAr - DLLLC). Mestra (2013) e doutora (2017) em Letras pela Universidade de São Paulo sob a orientação da Profa. Norma Discini, com período de estágio no exterior (PDSE-Capes/2014) sob a orientação do Prof. Dominique Maingueneau. Graduada em Licenciatura plena em Letras Português/Inglês (2011) na Universidade Federal de São Carlos. Realizou dois pós-doutorados em Linguística: na USP, sob a supervisão da Profa. Cristina Altman (2024) e na UFSCar, sob a supervisão do Prof. Roberto Baronas (FAPESP/2021), este com período de estágio de pesquisa (BEPE-FAPESP/2019) sob a supervisão da Profa. Marie-Anne Paveau. Atuou como assessora pedagógica na Secretaria Municipal de Educação do Estado de São Paulo (SME-SP/2022-2024). Desenvolve pesquisas em teorias do texto e do discurso (Semiótica e Análise do discurso) e Historiografia Linguística, tendo maior interesse pelas temáticas relacionadas aos feminismos.
Corpo, identidade e cultura: hegemonia da cisgeneridade, dissidência(s) trans e práticas semióticas
Matheux Nogueira Schwartzmann (UNESP), Julia Lourenço Costa (UNESP)
Cultura Digital e Semiótica
José Roberto do Carmo Júnior (UFPR), Lucas Takeo Shimoda (USP)
O simpósio objetiva explorar as ferramentas conceituais da semiótica que permitem um mapeamento da cultura digital, revelando a natureza semiótica das práticas, linguagens e tecnologias que constituem o universo digital. Trata-se, portanto, de trabalhar no sentido de uma semiotização da cultura digital. São bem-vindas contribuições que abordem, em quaisquer das vertentes teóricas dentro do espectro semiótico, as múltiplas dimensões da cultura digital e suas implicações sociais, políticas, estéticas e tecnológicas. Dentro dessa ampla esfera, esperamos contribuições em torno de três eixos temáticos (mas não necessariamente a estes circunscritas). No primeiro, “Cultura digital e estruturas de poder”, serão debatidas as relações entre cultura digital, manipulação e controle; é desnecessário dizer da relevância desse tema diante do esgarçamento social e político que marca o momento atual. O segundo eixo temático, “Tecnologias digitais e produção do sentido”, abriga contribuições sobre a dimensão semiótica do aparato tecnológico por trás das ferramentas de digitalização, edição e processamento do som e da imagem. Questões relativas a inteligência artifi cial e a manipulação de algoritmos também são contempladas nesse segundo eixo temático. O terceiro eixo, “Dimensão estética da cultura digital”, abre espaço para discussões sobre o estado da arte da semiótica da imagem, do som e do vídeo no contexto digital, assim como sobre arte digital, realidade virtual e novas linguagens estéticas. Evidentemente, o simpósio é aberto a outras contribuições que façam referência à cultura digital, ainda que não se enquadrem nos eixos temáticos propostos.
Palavras-chave: Cibercultura; Hipertexto; Semiose.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
José Roberto do Carmo Júnior (UFPR)
Professor adjunto do Setor de Educação Tecnológica e Profissional da UFPR. Luthier e linguista. Membro fundador do Grupo de Pesquisas Semióticas da USP, é graduado em Ciências Sociais (FESP, 1983), mestre em Linguística (USP, 2003) e doutor em Linguística (USP, 2007). Coorganizador dos volumes "Linguagens na cibercultura" (2013) e "Sémiotique de la Musique" (2015). É professor adjunto do Setor de Educação Tecnológica e Profissional da UFPR e editor da Revista Brasileira de Luteria.
Lucas Takeo Shimoda (USP)
Professor contratado(MS-3.1) no Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (DLM/FFLCH/USP) entre 10/2021 e 12/2022. Mestre e doutor no Programa de Pós-Graduação em Semiótica e Linguística Geral (DL/FFLCH/USP) sob orientação do Prof. Dr. Luiz Augusto de Moraes Tatit. Licenciado em Ensino de Alemão como Língua Estrangeira (FEUSP) e bacharel em Letras Alemão/Português (FFLCH/USP), com estágio de intercâmbio acadêmico internacional na Eberhard Karls - Universität Tübingen (Alemanha). É membro do Grupo de Estudos Semióticos da Universidade de São Paulo (GES-USP) e integrou por oito anos a comissão editorial do periódico "Estudos Semióticos".
Cultura Digital e Semiótica
José Roberto do Carmo Júnior (UFPR), Lucas Takeo Shimoda (USP)
Da escrita ancestral à Inteligência Artificial: modalidades de presença e de atuação descritiva da teoria semiótica
Waldir Beividas (USP), Paula Martins de Souza (USP)
Da ancestralidade havida ao futuro devir, a linguagem vem atingindo o homem em diversos graus de presença e multimodalidades de inserção. Sendo a teoria semiótica (narrativa e discursiva) uma teoria precípua do sentido e, portanto, disciplina transversal que convoca quaisquer discursos, este simpósio pretende abrir espaço para reflexões em torno das multimodalidades pelas quais essa presença se dá. Ela penetra indistinta e diferentemente desde as escritas ancestrais, seus suportes de manifestação, perpassa as linguagens chamadas “primitivas” dos indígenas, adentra discursos da atualidade, literário, midiático, jurídico – seja este das relações internacionais, seja de seu organum interno – discursos sincréticos e, mais atualmente, invade as linguagens virtuais e a recentíssima linguagem da Inteligência Artificial. Esse amplo espectro de presenças da linguagem na história antiga e recente dos homens, convoca um raio de ação de maior amplitude por parte da teoria. Provoca reflexões sobre a própria natureza e emergência do sentido – se gerado na imanência dos discursos, pós-linguagem, na percepção, ante-linguagem, ou mesmo numa morfogênese física. Conclama a atenção para os emaranhados processos pelos quais o sentido se produz nessa multivalência e multimodalidade de práticas semióticas. Desde sua proveniência na linguística de Saussure, uma semiótica da língua natural se lançou e logo se projetou para textos literários, primeiramente; para as linguagens visuais, pictóricas, sincréticas, em seguida; para as linguagens hipermidiáticas e virtuais, mais recentemente. Em cada segmento, ela vem se deparando com novos desafios descritivos para o “efeito retumbante” (Greimas) que o sentido oferece nos seus singulares modos de presença e de manifestação no interior desses discursos. É tarefa da teoria não recuar perante tais desafios. O simpósio é um espaço privilegiado para que eles se apresentem in vivo.
Palavras-chave: Presença; Descrição; Multimodalidade.
Línguas do simpósio: Português, Francês e Espanhol.
Waldir Beividas (USP)
Formação acadêmica: (1973) Graduado e licenciado em Português e Francês pelo Centro Universitário Fundação Santo André; (1983) Mestrado em Letras e Linguística, pela Universidade de São Paulo; (1992) Doutorado em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo; (1998-1999) Pós-doutoramento na IHEAL- Institut de Hautes Études de l’Amérique Latine; (2016-2017) Pós-doutoramento na Alma Mater Università di Bologna (Itália). Pesquisa acadêmica: situa-se na interface entre Linguística, Semiótica e Psicanálise.
Paula Martins de Souza (USP)
Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (2007-2010). É doutora em Letras pelo Departamento de Linguística da USP (2011-2016, FAPESP), com estágio de pesquisa na Universidade de Liège (Bélgica, 2012-2013 - FAPESP). Desenvolveu pesquisa de Pós-doutorado no Departamento de Linguística da USP (2018-2023, FAPESP), com estágio de pesquisa na Universidade de Bremen (Alemanha, 2019). Suas áreas de interesse são Leitura e Escrita, Teorias do Texto e do Discurso, Linguística Geral, Metodologia Científica, Epistemologia e Mineração de Dados.
Da escrita ancestral à Inteligência Artificial: modalidades de presença e de atuação descritiva da teoria semiótica
Waldir Beividas (USP), Paula Martins de Souza (USP)
Ecosemiótica: corpo e imagem na Amazônia
Maurício Zouein (UFRR), Luiz LZ Cezar Silva dos Santos (UFPA)
Apresentação: No simpósio “Ecosemiótica: Corpo e Imagem na Amazônia” propomos um espaço de reflexão e debate sobre a interconexão entre os signos visuais, o ambiente amazônico e as experiências corporais que o atravessam. Ancorado na ecosemiótica, campo que investiga a semiose na e através da natureza, buscaremos compreender como os sistemas simbólicos interagem com os ecossistemas e as corporeidades que os habitam. Partindo de um viés inter e transdisciplinar, o simpósio pretende reunir pesquisadores da semiótica, comunicação, antropologia, propaganda e marketing, estudos de imagem e das artes para discutir como a Amazônia é representada, vivida e ressignificada por meio das imagens e dos corpos que nela atuam. Justificativa: A Amazônia, como espaço de intensas trocas simbólicas e disputas imagéticas, é um território onde corpo e imagem se entrelaçam em narrativas que vão além do visível. As representações imagéticas da região, muitas vezes mediadas por olhares externos, carregam consigo marcas de colonialidade e estereótipos que precisam ser constantemente revisitados e ressignificados. Ao mesmo tempo, os corpos amazônicos — indígenas, ribeirinhos, migrantes e outros sujeitos — constroem e sustentam práticas culturais que questionam e reconfiguram essas imagens. A ecosemiótica oferece ferramentas para compreender essas dinâmicas, ao explorar como signos visuais e corporais interagem com a paisagem, evidenciando uma lógica que ultrapassa a separação entre natureza e cultura. Assim, nosso simpósio se justifica pela necessidade de aprofundar o entendimento sobre as relações entre corporeidade, visualidade e meio ambiente na Amazônia, promovendo um debate crítico e multidisciplinar. Objetivos Gerais: 1) Analisar como as imagens da Amazônia são construídas e disseminadas em diferentes suportes (cinema, fotografia, arte, mídia, narrativas audiovisuais, etc.). 2) Investigar a relação entre os corpos amazônicos e os signos visuais, considerando as performances culturais e as práticas corporais inseridas no contexto ecológico. 3) Discutir a semiose ambiental da Amazônia, abordando a interação entre signos visuais, práticas sociais e a paisagem natural. 4) Refletir sobre a permanência e transformação de Pathosformeln (fórmulas emocionais) na representação da Amazônia. 5) Promover um espaço interdisciplinar de diálogo entre pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento, estimulando novas abordagens metodológicas para a análise da ecosemiótica amazônica. Este simpósio busca ampliar o debate sobre a Amazônia para além dos discursos dominantes, valorizando a complexidade simbólica de seus corpos e imagens e destacando a importância de uma leitura ecosemiótica que contemple sua riqueza estética, política e cultural.
Palavras-chave: Ecologia; Semiótica; Amazônia.
Línguas do simpósio: Português.
Maurício Zouein (UFRR)
Pós Doutor em Modos Epistemológicos, Teorías Interdependientes y Complejidad Social - Universidad de la República del Uruguay (UDELAR). Doutor em História Social - UFRJ. 17 Mestre em Psicologia Social - UCB. Bacharel em Comunicação Social – UFRR. Coordenador do Núcleo de Pesquisa Semiótica da Amazônia e Rede de Pesquisadores em Comunicação e Semiótica da Amazônia. Certificate for Seeing Through Photographs (MoMA-USA), Understanding Research Methods (UK). Autor do livro indicado ao prêmio Jabuti – “A Ideia de Civilização nas Imagens da Amazônia, 1865-1908”.
Luiz LZ Cezar Silva dos Santos (UFPA)
Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (2007-2010). É doutora em Letras pelo Departamento de Linguística da USP (2011-2016, FAPESP), com estágio de pesquisa na Universidade de Liège (Bélgica, 2012-2013 - FAPESP). Desenvolveu pesquisa de Pós-doutorado no Departamento de Linguística da USP (2018-2023, FAPESP), com estágio de pesquisa na Universidade de Bremen (Alemanha, 2019). Suas áreas de interesse são Leitura e Escrita, Teorias do Texto e do Discurso, Linguística Geral, Metodologia Científica, Epistemologia e Mineração de Dados.
Ecosemiótica: corpo e imagem na Amazônia
Maurício Zouein (UFRR), Luiz LZ Cezar Silva dos Santos (UFPA)
Edussemiótica, narrativas e comunicação inclusiva
Roberto Chiachiri (UMESP), Airton Rodrigues (UMESP)
O simpósio propõe uma reflexão crítica e aprofundada sobre a edussemiótica e seu papel estratégico na construção de narrativas e práticas de comunicação inclusiva, orientadas para o entendimento das múltiplas realidades e subjetividades presentes nos contextos educativos contemporâneos. O evento tem como objetivo debater, sob uma perspectiva interdisciplinar, os modos pelos quais os processos semióticos — em suas dimensões linguísticas, visuais, táteis, sonoras e culturais — contribuem para a consolidação de ambientes formativos mais plurais, acessíveis e democráticos. Busca-se, assim, fomentar práticas comunicacionais alinhadas aos ODS da ONU, à representatividade e à inclusão, promovendo uma cultura educacional comprometida com a equidade e com a superação de barreiras comunicacionais e pedagógicas. Justificativa: Em um cenário social marcado pela diversidade cultural, identitária e comunicacional, torna-se urgente repensar as dinâmicas de ensino-aprendizagem e os processos midiáticos sob a perspectiva da inclusão. A edussemiótica, ao investigar os signos e as narrativas que atravessam práticas educativas e comunicacionais, oferece subsídios importantes para que educadores, comunicadores e pesquisadores construam estratégias mais sensíveis e adequadas às diferenças. Ademais, o fortalecimento de uma comunicação inclusiva é uma demanda ética e pedagógica essencial para garantir o direito à participação plena e significativa de todos os sujeitos nos espaços sociais e institucionais. Objetivo geral: Promover um espaço interdisciplinar de diálogo e aprofundamento teórico e prático sobre a edussemiótica, as narrativas e as práticas de comunicação inclusiva, visando à construção de ambientes educativos e comunicacionais mais acessíveis, diversos e democráticos.
Palavras-chave: Edussemiótica; Comunicação Inclusiva; Narrativas.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês e Espanhol.
Roberto Chiachiri (UMESP)
Semioticista, Pós-doutor pela Université de Paris 1 - Sorbonne, Doutor e Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professor titular da Universidade Metodista de São Paulo. Titular da Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação - Líder do grupo de pesquisa Semio Humanitas do PPGCOM/UMESP. Membro e Delegado Executivo Brasil da Associação Internacional de Semiótica. Membro do conselho administrativo da Orbicom.
Airton Rodrigues (UMESP)
Doutor em Educação - UMESP - Ator, Mestrado em Educação, com pesquisa em Artes Cênicas na Formação Educacional da Criança Surda (2011), possui Pós-Graduação em Artes Cênicas - Faculdade Paulista de Artes (2005) graduado em Direito pela Universidade Bandeirante de São Paulo (2001) - graduação em História - FASB (2009) graduação em Filosofia pela Universidade de Franca (2019).
Edussemiótica, narrativas e comunicação inclusiva
Roberto Chiachiri (UMESP), Airton Rodrigues (UMESP)
Ensinar com semiótica e como ensinar semiótica
Iara Rosa Farias (UNIFESP), Thiago Moreira Correa (UNESP)
As possibilidades criadas na relação entre semiótica e ensino direcionam nosso simpósio a fim de fomentar estratégias de aprendizagem e de ensino que gerem maior desenvolvimento de práticas pedagógicas. Verifica-se que a estabilização da proficiência de leitura de grande parte dos(as) estudantes brasileiros(as) está longe de ser uma Educação de Qualidade (n° 4) de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, visto que 50% delas(es) têm desempenho abaixo da média segundo o PISA (2022). Esses resultados são observados nos dados de aprendizagem, de Língua Portuguesa, obtidos no IDEB (2021), em que mais de 50% dos(as) estudantes possuem um nível de aprendizagem abaixo do adequado (Brasil, 2021). Além da Educação Básica, vale destacar as licenciaturas em Letras (2021), das quais mais de um terço obteve conceito 1 (5,8%) ou 2 (28,8%) no ENADE. Diante desse contexto, nossa proposta visa a discutir as contribuições que as semióticas fizeram, fazem e podem fazer no ensino, em todos os seus níveis. Embora tal interesse tenha sua preocupação na análise do “Espaço do seminário” feita por Manar Hammad (1977, pp. 28-54), no Le Bulletin, número 7,de janeiro de 1979, intitulado Sémiotique Didactique, e, de certa maneira, no Histoire de la sémiotique (Hénault, 1992), podemos afirmar que no Brasil esse campo possui presença mais acentuada nos trabalhos de Diana Luz Pessoa de Barros, José Luiz Fiorin, Norma Discini, Lucia Teixeira, Ana Cristina Fricke-Matte, Antonio Vicente Pietroforte, Jean Cristtus Portela — além dos proponentes deste simpósio. Esse cenário de estudos e pesquisas aponta uma perspectiva para semiótica na Educação Básica, além da possibilidade de formatar o ensino de semiótica no Ensino Superior. Ao pensar que a presença da palavra “semiótica” na BNCC (2018), com suas adjacências amigáveis, como “multissemiótico”, “multimodalidade”, e até, por que não, em “letramentos”, é já uma abertura de caminho para esse fim; reiteramos o papel da semiótica, e sua contribuição analítica, para o campo do ensino como já nos exortou Greimas, em entrevista concedida a Fontanille na revista Langue Française (1984), a tornar a semiótica uma ciência operativa, ao mesmo tempo que se erigem modelos semióticos para educação. Nosso propósito então é compreender como a semiótica pode se fazer mais presente, intensamente e extensamente, nos discursos (e textos) pedagógicos por meio do relato de práticas e de pesquisas, bem como refletir sobre os modos de ensinar semiótica. Assim, alguns temas são colocados para orientar nossa discussão: 1) Presença semiótica na educação Básica: 2) Relato de práticas de ensino; 3) Pesquisas sobre contribuição(ões) da semiótica ao ensino; 4) História do ensino de semiótica; 5) Metodologias de ensino de semiótica; e 6) Inter, trans, multidisciplinaridade: o diálogo da semiótica com outras disciplinas.
Palavras-chave: Textos sincréticos; Formação de Professores; Práticas de ensino.
Línguas do simpósio: Português, Francês, Italiano e Espanhol.
Iara Rosa Farias (UNIFESP)
Possui Doutorado em Linguística pela USP/SP e Pós-Doutorado em Educação na UFRJ. 20 É professora no Departamento de Letras/UNIFESP. Desenvolve estudo sobre metodologia de ensino e análise de textos sincréticos, voltado à formação de professores, do curso de Letras, abordando os conceitos de intertextualidade e interdiscursividade na constituição da verdade e da crença.
Thiago Moreira Correa (UNESP)
É doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Desenvolve pesquisa de pós-doutorado, intitulada Leitura multimodal nos muros da escola: desafios e oportunidades na Educação Básica (ProPe), na Unesp de Araraquara. Além disso, atua na formação de professore(a)s com projetos educacionais voltados ao ensino de leitura e produção de textos.
Ensinar com semiótica e como ensinar semiótica
Iara Rosa Farias (UNIFESP), Thiago Moreira Correa (UNESP)
Estudos sociolinguísticos e estudos semióticos: intersecções possíveis (e desejáveis)
Ronald Beline Mendes (USP), Renata Mancini (USP)
O interesse principal deste simpósio é promover o início de possíveis colaborações entre os estudos semióticos e os estudos sociolinguísticos, especialmente no que toca à significação social da variação linguística. Os estudos sociolinguísticos contemporâneos têm se voltado à significação social da variação linguística, ou seja, além de padrões quantitativos na variação dos usos linguísticos, interessam também, cada vez mais, os significados sociais de variantes de variáveis linguísticas diversas. Tais significados são entendidos como potenciais (Eckert 2008) e dependentes dos diversos elementos da interação: o falante, o ouvinte, posturas por eles assumidas no “aqui e agora” interacional, tópicos conversacionais, a natureza da situação em que se dá a produção linguística etc. Entende-se também que a significação da variação linguística, enraizada numa certa interação, correlaciona-se a estilos (mais ou menos registrados – Agha 2007) e a personae: os primeiros se referem a um significado composto por formas linguísticas e não linguísticas recorrentes, cada qual com seus significados sociais, enquanto as segundas podem ser entendidas como realizações circunstanciadas de um certo estilo. Na sociolinguística, a análise da significação social pode ser feita com uma combinação de métodos: identificação de padrões de empregos de variantes; pesquisa etnográfica (com foco em práticas sociais); análise estilística, em que se contrastam, por exemplo, as formas linguísticas (e seus significados sociais) mobilizadas por um mesmo indivíduo em diferentes situações. Vários desses termos também parecem integrar os interesses dos estudos semióticos, particularmente significação (social), estilo, práticas semióticas, formas de vida, dentre outros que dizem respeito à dimensão coletiva da semiose – ainda que com acepções específicas, em diferentes vertentes de análise. Até que ponto os interesses dessas vertentes analíticas dos estudos semióticos se interseccionam com os da sociolinguística contemporânea? De que maneira os métodos dos estudos semióticos podem contribuir com a análise da significação social da variação linguística? Por outro lado, de que maneira a pesquisa sociolinguística, com foco nos significados sociais de variantes linguísticas, pode contribuir com os estudos semióticos, de maneira geral? Estas são as perguntas mais abrangentes que justificam este simpósio. Nesse sentido, a ele interessam apresentações de trabalhos de análise ou de discussão teórica que visem à possível intersecção entre essas duas áreas de pesquisa.
Palavras-chave: Significação social; Sociolinguística; Semiótica.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Ronald Beline Mendes (USP)
É professor do Departamento de Linguística da USP, onde coordena o Grupo de Estudos Sociolinguísticos (GESOL-USP). Sua pesquisa se concentra na significação social da variação linguística, com especial interesse em ideologias de urbanidade, classe e gênero/sexualidade.
Renata Mancini (USP)
É professora do Departamento de Linguística da USP e integra o corpo de pesquisadores do Grupo de Estudos Semióticos da USP (GES-USP) e do Programa de Pós-graduação em Semiótica e Linguística geral da mesma universidade. Suas publicações abordam semioticamente os diálogos e as interfaces entre linguagens nas artes e em textos midiáticos. É a atual presidente da ABES.
Estudos sociolinguísticos e estudos semióticos: intersecções possíveis (e desejáveis)
Ronald Beline Mendes (USP), Renata Mancini (USP)
Extremas derechas en contraste: dinámicas discursivas y políticas del radicalismo
conservador en América Latina y Europa
Elder Cuevas-Calderón (Universidad de Lima), Angela Anzelmo (Université des Antilles)
La presente mesa tiene como objetivo analizar comparativamente las singularidades y convergencias entre las derechas radicales latinoamericanas y europeas, con énfasis en su producción discursiva, su gramática política y sus formas de intervención en la esfera pública digital. A partir de investigaciones recientes, se propone una reflexión transcontinental sobre los modos en que las extremas derechas se articulan como fuerzas de reconfiguración semiótica y política en contextos históricos, sociales y culturales diversos. En primer lugar, partimos de la premisa que la derecha radical populista en América Latina no puede ser comprendida bajo los mismos parámetros que su contraparte europea. Como lo demuestra Ubilluz (2024), mientras en Europa el nativismo es uno de los pilares ideológicos centrales (junto al populismo y el autoritarismo), en América Latina dicho componente cede ante un conservadurismo sociopolítico fuertemente anclado en la lucha contra la “ideología de género” y en una defensa explícita del neoliberalismo. Esta singularidad latinoamericana obliga a repensar las categorías tradicionales de análisis de la ultraderecha global. En segundo lugar, las redes sociales se han convertido en un campo de batalla clave para esta nueva derecha radical. La guerra cultural se despliega discursivamente de forma diferenciada: en América Latina se apela a la emocionalidad religiosa para resistir un supuesto avance progresista, mientras que en Europa se busca marcar distancia con gobiernos percibidos como ya capturados por dicho progresismo. Estos discursos se ensamblan mediante una retórica provocadora y desinformativa, que transforma el hate speech en sentido común. Esta mesa busca así contribuir a una comprensión más fina y situada de las derechas radicales, destacando sus especificidades regionales y proponiendo una relectura crítica de las categorías eurocéntricas que han dominado el campo de estudio.
Palavras-chave: Ultraderecha; extremas derechas; conservadurismo; guerra cultural; redes sociales.
Línguas do simpósio: Português, Espanhol, Inglês, Francês e Italiano.
Elder Cuevas-Calderón (Universidad de Lima)
Doctor en Antropología por la Pontificia Universidad Católica del Perú, es profesor de la Facultad de Comunicación e investigador del Instituto de Investigación Científica de la Universidad de Lima. Fue profesor invitado en la Universidad Presbiteriana Mackenzie y de la Université París Cité.
Angela Anzelmo (Université des Antilles )
Doctora en Semiótica y Comunicación. Es profesora titular en la Université des Antilles. Fue profesora en la Universidad de Galatasaray.
Extremas derechas en contraste: dinámicas discursivas y políticas del radicalismo
conservador en América Latina y Europa
Elder Cuevas-Calderón (Universidad de Lima), Angela Anzelmo (Université des Antilles)
Formas da presença nas interações humanas
Waldir Beividas (USP), Paula Martins de Souza (USP)
Vivemos hoje uma mudança de paradigma que já se vinha desenvolvendo, mas que se acelerou devido ao isolamento social durante a pandemia da Covid-19. Muitas das interações que antes ocorriam exclusivamente de modo presencial modificaram-se, e termos como encontro a distância, home office e aula híbrida chegaram a nosso vocabulário para ficar. Assim sendo, no mundo real, as formas de presença modificaram-se drasticamente. No verbete presença do Dicionário de Semiótica (2008 [1979]), Greimas & Courtés colocam em suspenso as “implicações metafísicas” do mundo real, que normalmente são associadas ao termo presença. Tendo em vista os interesses da metodologia semiótica, os autores defendem uma concepção “essencialmente operatória” da noção de presença, em que dada grandeza torna-se objeto do saber presente para dado sujeito cognitivo, isto é, ela se atualiza em uma cadeia sintagmática, em oposição a um saber ausente, virtualizado em paradigma. Se podemos dizer, do ponto de vista da realidade, que as formas de presença modificaram-se drasticamente nas interações humanas, é de se supor que essa mudança de paradigma haja impactado as formas de comunicação, necessariamente atravessadas pela linguagem. Interessa ao campo disciplinar da Semiótica, então, cotejar como a linguagem impacta as formas de presença nas diferentes interações, presenciais ou não. Considerando-se a concepção de presença de Greimas & Courtés, enquanto modo de existência semiótica, o simpósio tem por objetivo compreender se as formas de interação humana impactam o uso da linguagem nas interações e, especialmente, se esse impacto modifica o modo como diferentes grandezas alteram o saber do sujeito cognitivo. Podem ser discutidas formas de interação mediadas por linguagem oral, escrita ou gestual, que sejam interpessoais (entre diferentes interlocutores) ou internas (diários, por exemplo), presenciais ou a distância, destinadas a interlocutores específicos (cartas, reuniões, sessões de análise, aulas, mensagens privadas em mídia social etc.) ou gerais (reportagens jornalísticas, mensagens abertas em mídia social, romances, canções etc.). Independentemente da forma de interação, interessa compreender os recursos semióticos empregados na construção do simulacro de presença que a linguagem forja a cada vez.
Palavras-chave: Existência; Linguagem; Sujeito Cognitivo.
Línguas do simpósio: Português, Francês e Espanhol.
Waldir Beividas (USP)
Formação acadêmica: (1973) Graduado e licenciado em Português e Francês pelo Centro Universitário Fundação Santo André; (1983) Mestrado em Letras e Linguística, pela Universidade de São Paulo; (1992) Doutorado em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo; (1998-1999) Pós-doutoramento na IHEAL- Institut de Hautes Études de l’Amérique Latine; (2016-2017) Pós-doutoramento na Alma Mater Università di Bologna (Itália). Pesquisa acadêmica: situa-se na interface entre Linguística, Semiótica e Psicanálise.
Paula Martins de Souza (USP)
Graduou-se em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (2007-2010). É doutora em Letras pelo Departamento de Linguística da USP (2011-2016, FAPESP), com estágio de pesquisa na Universidade de Liège (Bélgica, 2012-2013 - FAPESP). Desenvolveu pesquisa de Pós-doutorado no Departamento de Linguística da USP (2018-2023, FAPESP), com estágio de pesquisa na Universidade de Bremen (Alemanha, 2019). Suas áreas de interesse são Leitura e Escrita, Teorias do Texto e do Discurso, Linguística Geral, Metodologia Científica, Epistemologia e Mineração de Dados.
Formas da presença nas interações humanas
Waldir Beividas (USP), Paula Martins de Souza (USP)
Formas, cenas e hibridações da presença nas artes
Valeria De Luca (Limoges), Audrey Moutat (Limoges)
O tema da presença atravessa várias correntes e tradições semióticas. Por exemplo, na semiótica tensiva (Zilberberg, 2002, 2006, 2012), é por meio e dentro do dito campo de presença que as configurações de valências e valores podem ser estabelecidas, o que, por sua vez, dá origem a diferentes modos semióticos. Tais configurações são fundamentalmente dinâmicas e, como Herman Parret destacou em seu trabalho (2001, 2006), a presença - ou presentificação - não se reduz apenas à espessura do corpo hic et nunc, mas também envolve vários estratos e níveis perceptivos, que vão da figuratividade plena à figuralidade. Essa espessura - e, de fato, opacidade - da presença também é atestada por Peirce em relação à natureza do ícone e da Firstness como um projeto de impossível totalização da experiência estética (Parret, 1994).Dessa forma, as semioses de presença parecem ser animadas por uma paleta de hibridações e modulações que as artes exploraram de diferentes maneiras. Por artes, estamos nos referindo aqui a qualquer gênero ou a qualquer forma de produção de artefatos ou objetos que façam parte de uma experiência estética e que possam se inscrever no domínio das artes, estritamente falando, em virtude de vários e variados critérios (autoralidade, institucionalização, inscrição paradigmática etc.): as artes visuais, a performance, a literatura, os mundos digitais, os videogames, a dança, o artesanato etc. Mais ainda, cada forma estética parece envolver tanto a constituição da presença de si mesmo quanto a presença de outros, as interações entre diferentes formas de presença e a cenarização da presença como tal. Essas estratégias recorrem, entre outras coisas, às características específicas da mídia e às substâncias expressivas das diferentes linguagens artísticas, de modo que é possível examinar as semelhanças e diferenças entre a arte analógica e a digital, ou entre dispositivos técnico-enunciativos específicos além de suas respectivas mídias (por exemplo, as formas de enquadramento). Como resultado, este simpósio convida os pesquisadores a refletir sobre a variedade de maneiras pelas quais os (tipos de) presença são constituídos e, correlativamente, sobre a variedade de estratégias adotadas pelas artes para nos restaurar e imergir em um tipo de presença da presença - a experiência - como um farol para outras mediações e semioses (memorial, ficcional, cultural etc.). Por fim, esse último ponto também constitui um dos desafios deste simpósio; na verdade, além de mapear as hibridações e evoluções das presenças e de “suas” artes, parece-nos que, em virtude de seu potencial criativo, esse campo é um dos mais capazes de fornecer um relato rico das maneiras pelas quais a presença é socialmente percebida, assumida, ocultada, proibida, dessemantizada, transfigurada etc. na contemporaneidade. Os trabalhos devem ser acompanhados de slides, preferencialmente em inglês.
Palavras-chave: Presença; Arte; Experiência.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Valeria de Luca (Limoges)
Valeria De Luca est Maître de conférences en Sciences du langage/Sémiotique à l’Université de Limoges, Directrice adjointe à la FLSH pour la Recherche et les Masters et responsable du Master de sémiotique. Ses travaux portent sur des notions à la frontière entre sémiotique, esthétique et anthropologie, telles celles de geste, forme, figuralité du sens, matérialité et pratiques socio-esthétiques. A partir de l’ouvrage Le tango argentin. Gestes, formes, sens (Presses Universitaires de Liège, 2021) consacré à l’étude de la danse sociale du tango argentin, ses terrains de recherche actuels incluent les arts vivants, ainsi que les pratiques et formes d’engagement social, artistique, médiatique.
Audrey Moutat (Limoges)
Audrey Moutat est Maître de conférences en Sciences du Langage et en Sciences de l’Information et de la Communication à l’Université de Limoges. Chercheure au Centre de Recherches Sémiotiques (CeReS), elle mène ses travaux sur la sémiotique de la perception à laquelle elle a consacré deux ouvrages Du sensible à l’intelligible. Pour une sémiotique de la perception (Éditions Lambert-Lucas, 2015) et Son et sens (Presses Universitaires de Liège, 2019). Sa recherche porte sur les dispositifs de médiation et de médiatisation du sensible engagés à travers différents objets, tels que les textes, la photographie, les objets de design, les mondes numériques ou encore le son.
Formes, scènes et hybridations de la présence à travers les arts
Valeria De Luca (Limoges), Audrey Moutat (Limoges)
Le thème de la présence traverse plusieurs courants et traditions sémiotiques. Par exemple, en sémiotique tensive (Zilberberg, 2002, 2006, 2012), c’est par et dans ledit champ de présence que peuvent s’instaurer des configurations de valences et de valeurs engendrant à leur tour différents modes sémiotiques. De telles configurations s’avèrent foncièrement dynamiques et, comme l’a relevé Herman Parret dans ses travaux (2001, 2006), la présence – ou la présentification – ne se réduit pas qu’à l’épaisseur du corps hic et nunc, mais concerne également plusieurs strates et niveaux perceptifs, allant d’une figurativité pleine jusqu’à la figuralité. Cette épaisseur – voire cette opacité – de la présence est également attestée chez Peirce au sujet de la nature de l’icône et de la Firstness en tant que projet d’une totalisation impossible de l’expérience esthétique (Parret 1994). Ainsi, les sémioses de la présence semblent être animées par une palette d’hybridations et modulations que les arts ont exploitées de différentes manières. Par arts, nous nous référons ici à tout genre ou toute forme de production d’artefacts ou objets participant d’une expérience esthétique et pouvant relever du domaine artistique à proprement parler en vertu de critères divers et variés (auctorialité, institutionnalisation, inscription paradigmatique, etc.) : arts plastiques, vivants, littérature, mondes numériques, jeux vidéo, danse, artisanat, etc. En outre, chaque forme esthétique semble engager tant la constitution de la présence à soi, que celle de la présence d’autrui, les interactions entre différentes formes de présence ou, encore, la scénarisation de la présence en tant que telle. Ces quelques stratégies font appel – entre autres – aux spécificités des supports et des substances expressives des différents langages artistiques, si bien qu’il est possible d’examiner les ressemblances et les différences entre arts analogiques et numériques, ou entre des dispositifs techniques-énonciatifs spécifiques par-delà leurs supports respectifs (ex. les formes du cadrage). De ce fait, ce symposium invite les chercheurs à réfléchir sur cette variété des modalités de constitution des (types de) présences, et, corrélativement, sur la variété des stratégies adoptées par les arts visant à nous restituer et à nous immerger dans une sorte de présence de la présence – l’expérience – en tant que balise d’autres médiations et sémioses (mémorielle, fictionnelles, culturelle, etc.). Enfin, ce dernier point constitue également un des enjeux de ce symposium ; en effet, outre la cartographie des hybridations et des évolutions des présences et de « leurs » arts, il nous semble que, en vertu de son potentiel créatif, ce domaine soit l’un des plus à même de rendre compte par ricochet des modalités dont la présence est socialement perçue, assumée, dissimulée, interdite, désémantisée, transfigurée, etc. à l’époque contemporaine. Les langues acceptées sont les mêmes que celles du congrès (portugais, français, anglais, italien, espagnol). Les communications seront accompagnées de diapositives de préférence en anglais.
Palavras-chave: Presença; Arte; Experiência.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Formes, scènes et hybridations de la présence à travers les arts
Valeria De Luca (Limoges), Audrey Moutat (Limoges)
História e epistemologia da semiótica
Jean Cristtus Portela (UNESP), Flavia Karla Ribeiro Santos (UNESP)
Uma das principais preocupações das ciências da linguagem contemporâneas é com relação à compreensão dos processos que subjazem à construção do conhecimento popular e científico, inquietação estratégica e aprofundada que busca explicitar quando,
como e em que circunstâncias uma ideia tomou forma, se transformou ou se disseminou, ou, ainda, se existe a possibilidade dessa ideia ganhar novos contornos, contribuindo de outras formas à teoria da linguagem. A semiótica ou teoria da linguagem tem uma forma e uma história que necessitam ser permanentemente interrogadas, seja para combater o esquecimento seja para dar lugar à inovação científica. A historiografia linguística tem cumprido importante papel nesse sentido, na medida em que possibilita estabelecer um horizonte tanto de retrospecção como de prospecção de uma ideia, técnica, saber, conceito ou teoria relacionados à linguagem. As teorias semióticas, por sua vez, têm oferecido modelos de análises de textos e de discursos, entre eles, o científico, bastante robustos, complexos e operatórios, oferecendo valiosas ferramentas para a análise dos discursos científicos sobre a linguagem, mas também sobre si mesmas e as ideias (conceitos e teorias) que as constituem. Este simpósio propõe abrigar reflexões históricas e teóricas sobre a emergência, a elaboração, a recepção, a transmissão, a aplicação, a variação e a mudança tanto das ideias semióticas quanto das teorias da linguagem em geral, independentemente da linguagem em questão e da abordagem teórica. Assumindo interessar-se pela investigação histórica e teórica das diversas teorias semióticas – semiótica do discurso, semiótica peirceana, semiótica da cultura, semiótica cognitiva, biossemiótica, entre outras – e da linguagem em geral, no âmbito da língua, do texto, do discurso, da imagem, da música e das diversas práticas sociais e artísticas, o simpósio tem o objetivo de reunir trabalhos que investiguem a história, a historiografia e a epistemologia das teorias da linguagem no que diz respeito a seus objetos, suas hipóteses e seus problemas, além de seus pressupostos teóricos, sua metalinguagem, sua retórica científica e sua metodologia de descrição e análise. Visa-se também discutir modelos e/ou novas formas de investigações semio-historiográficas, ou seja, que apliquem metodologias de análise semiótica no exame das teorias semióticas e da linguagem ao mesmo tempo que realizam a pesquisa historiográfica. Para tanto, são bem-vindas contribuições que tratem das várias correntes da semiótica e das teorias da linguagem sem excluir o seu caráter histórico, social, historiográfico e epistemológico.
Palavras-chave: história; epistemologia; semiótica.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Jean Cristtus Portela (UNESP)
Professor Associado do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara, e pesquisador do CNPq (Nível 2).
Flavia Karla Ribeiro Santos (UNESP)
Membro do GT de Semiótica da Anpoll e do Grupo de Pesquisas em Semiótica da Unesp (GPS-Unesp). Atua como pesquisadora no Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) de Brasília (DF).
História e epistemologia da semiótica
Jean Cristtus Portela (UNESP), Flavia Karla Ribeiro Santos (UNESP)
Inteligência Artificial, algoritmos e discurso digital: desafios para a semiótica do presente e do futuro
Silvia Maria de Sousa (UFF), Letícia Moraes (UFPB)
Em face dos desafios impostos pelos mais recentes desenvolvimentos e usos de modelos de Inteligência Artificial (IA), este simpósio propõe um diálogo, com base na semiótica, sobre as questões emergentes relacionadas à teorização, ao uso e aos efeitos dessas tecnologias na comunicação em diversas esferas da sociedade. Para isso, parte-se de algumas perguntas que permanecem em aberto e merecem um olhar cuidadoso por parte de toda a comunidade de semioticistas: de que maneira podemos contribuir para o aprimoramento de modelos de IA mais eficazes e menos enviesados e discriminatórios? Como apreender semioticamente os objetos gerados a partir de inteligências artificiais, especialmente, IAs generativas? Quais ferramentas metodológicas utilizar para a análise dos diferentes discursos digitais na era dos algoritmos? Observa-se que, na última década, diversos campos do conhecimento foram convocados a lidar com as novas questões suscitadas pelo desenvolvimento da IA. Na semiótica, em suas diversas abordagens, já se reconhece a necessidade de tomar a IA como objeto de análise e, com isso, contribuir efetivamente na compreensão de um fenômeno de tamanha abrangência e complexidade. Consideramos que há, ainda, um longo caminho a ser percorrido pela semiótica, especialmente nos países latino-americanos, cujas demandas e problemas locais, relacionados à sub-representação de dados, são muito latentes. Ao unir pesquisadores(as) interessados(as) nas múltiplas áreas de interface da ciência da significação com a IA, o simpósio tem por objetivo (i) propiciar um espaço colaborativo, possibilitando a construção conjunta de uma semiótica aplicada à inteligência artificial, bem como (ii) promover o olhar crítico sobre o uso indiscriminado dessas tecnologias e (iii) fomentar a discussão acerca do papel dos(as) semioticistas nesse debate. Acredita-se que o presente simpósio pode contribuir, de modo mais geral, para o contínuo desenvolvimento do projeto científico da semiótica, reafirmando a importância dessa disciplina para os estudos de IA e de seus efeitos discursivos nas práticas e nas formas de vida (Fontanille, 2008; 2015) contemporâneas. Convidamos pesquisadoras e pesquisadores interessados a discutir temas, relacionados aos modelos de IA, big data, metadados, algoritmos, discursos digitais e multiletramentos, tais como: a. objetos semióticos digitais; b. plataformização; c. autoria e plágio na IA; d. racismo algorítmico; e. representação dos grupos e das identidades minorizadas; f. capitalismo de dados; g. sistema de vigilância de civis; h. impactos da IA nas instituições e democracias; i disseminação de fake news; j. IA e ensino; k. letramento em IA.
Palavras-chave: Inteligência Artificial; Algoritmos; Discurso digital.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês e Espanhol.
Silvia Maria de Sousa (UFF)
Professora Adjunta de Linguística Departamento de Ciências da Linguagem e de 27 Semiótica do Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagem da UFF. É vice-líder do Grupo de Pesquisa em Semiótica e Discurso – SeDi (UFF).
Letícia Moraes (UFPB)
Professora Adjunta na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), no Departamento de Língua Portuguesa e Linguística - DLPL. Coordenadora do SemiÓLab (Laboratório de Semiótica Discursiva - UFPB).
Inteligência Artificial, algoritmos e discurso digital: desafios para a semiótica do presente e do futuro
Silvia Maria de Sousa (UFF), Letícia Moraes (UFPB)
Linguagem publicitária e semioses do consumo
Bruno Pompeu (USP), Eneus Trindade (USP)
O simpósio proposto parte do reconhecimento da centralidade e da transversalidade que a comunicação publicitária vem assumindo crescentemente no contexto contemporâneo como expressão sígnica do consumo por excelência. Entendendo a publicidade na sua natureza sígnica, portanto sendo compreendida como linguagem, propomos um espaço de discussões e reflexões que, de alguma maneira, toquem ou tangenciem a publicidade, a propaganda, a comunicação das marcas e os processos midiáticos e comunicacionais relacionados com o consumo. Considerando o fato de vivermos em um contexto em que prevalecem, cada vez com mais força, as lógicas do capitalismo, os princípios do consumo e a sistemática imposta pelas novas tecnologias da comunicação digital, a publicidade emerge como modalidade comunicacional preponderante, não apenas na sua (oni)presença midiática – e em tudo o que nisso está implicado, em dimensão estética, ética e lógica –, mas também como divulgadora de certos valores e de certos estilos de vida; espaço de assimilação de disputas e pautas de natureza pública, política e ideológica; e elemento estruturante do funcionamento de todo um aparato tecnopolítico que crescentemente engendra e define processos sociais, evidente, por exemplo, nas plataformas, nas redes sociais e naquilo que se convencionou chamar de big tech. Estamos abertos a discussões de natureza epistemológica, que busquem abordagem eminentemente conceitual e teórica sobre a publicidade, como modalidade comunicacional, sobretudo na sua relação com o consumo e com o contexto contemporâneo, na sua dimensão social, cultural, tecnológica, política e econômica; análises semióticas de campanhas e ações publicitárias dos mais variados tipos, seguindo vertentes teóricas e metodologias variadas; proposições de aperfeiçoamentos dos vários métodos semióticos de análise da publicidade, com destaque para suas vias de aplicação no contexto da midiatização digital; resultados de pesquisas de natureza teórica ou empírica dos campos específicos da publicidade e da semiótica, bem como de suas adjacências, como a antropologia, a sociologia, a filosofia e a psicanálise, por exemplo; investigações de natureza aplicada ou de recepção, voltadas ao escrutínio das práticas e dos processos ritualísticos do consumo, principalmente na sua dimensão midiatizada; trabalhos cujos objetos de estudo se vinculem com a função mediadora da publicidade e os seus respectivos processos de midiatização. Enfim, convidamos os pesquisadores da semiótica, da comunicação, da publicidade e do consumo – e de outras áreas, claro, com interesses afins e objetos de estudo pertinentes – a enviarem suas contribuições, na certeza de que, assim, juntos, neste importante evento, não apenas avançaremos no enfrentamento das questões cada vez mais complexas impostas aos que estudam a propaganda no contexto contemporâneo, como evidenciaremos a rentabilidade que a semiótica, como teoria da linguagem, nos proporciona.
Palavras-chave: Publicidade; Consumo; Linguagem publicitária.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Bruno Pompeu (USP)
Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, professor e coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da ECA-USP, professor do PPGCOM-USP, autor dos livros Publicidade: uma biografia (2024), Semiopublicidade (2018), Dicionário técnico e crítico da comunicação publicitária (2012), entre outros. Membro do Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação, Cultura e Consumo (GESC3).
Eneus Trindade (USP)
Professor Titular da Universidade de São Paulo (USP), na Escola de Comunicações e Artes (ECA). Bolsista Produtividade (PQ) Nível 2 CNPq. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP. Professor do curso de Publicidade e Propaganda da ECA-USP e professor do PPGCOM-USP. Vice-líder do Grupo de Estudos Semióticos em Comunicação, Cultura e Consumo (GESC3).
Linguagem publicitária e semioses do consumo
Bruno Pompeu (USP), Eneus Trindade (USP)
Música e canção em perspectiva semiótica: estratégias retóricas, significação e sentido
Ricardo Nogueira de Castro Monteiro (UFCA), Antônio Vicente Seraphim Pietroforte (USP)
Os estudos semióticos sobre o sincretismo encontram no Brasil um campo de investigação consolidado, especialmente pelas contribuições de Luiz Tatit para a semiótica da canção, de Lúcia Teixeira e Ana Claudia de Oliveira para a semiótica visual e de Lúcia Santaella, Yvana Fechine e Ana Sílvia Médola para a semiótica dos textos audiovisuais, entre outros trabalhos. A importância da canção popular no contexto da cultura brasileira, sua estrutura intrinsecamente sincrética e sua intersecção com outras linguagens como ocorre em filmes, games e folguedos populares justificam a necessidade do desenvolvimento de uma área de estudos dedicada à significação musical em seus vários contextos de enunciação sincrética. Além disso, a produtividade das propostas semióticas aplicadas à análise musical e sua vocação para o diálogo interdisciplinar reforçam a necessidade de continuidade e consolidação das pesquisas na área. O Simpósio aqui proposto visa investigar o papel da música no processo de construção de sentido em textos sincréticos em diferentes cenas enunciativas, inquirindo-se como interagem as linguagens que compõem a enunciação sincrética, como as figuras de expressão e de conteúdo se inter-relacionam e como elas contribuem para a estruturação do sentido do texto. Justificativa: A Semiótica, em suas diversas correntes teóricas, caracteriza-se como um campo que investiga a significação e o processo de construção de sentido. Atualmente, a análise semiótica encontra-se estruturada em três grandes perspectivas: uma centrada na classificação e análise do signo (Peirce), outra voltada ao percurso gerativo do sentido (Greimas) e uma terceira que enfatiza a significação cultural e contextual (Lotman e a semiótica russa). No campo musical, partindo da síntese entre linguística e musicologia iniciada por Nicolas Ruwet, observam-se duas grandes correntes: uma focada na articulação de macroestruturas isotópicas e seus efeitos retóricos (Monelle, Hatten, Tomaszewski) e outra centrada na narratividade musical, articulando padrões de invariância e mudança (Tarasti, Grábocz).
Desde os trabalhos dos fundadores da semiótica, como Saussure, Peirce, Lotman e Greimas, pesquisadores de grande relevância, como Tarasti, Hatten, Agawu, Tatit e Grábocz, ajudaram a consolidar a semiótica como uma ferramenta analítica indispensável para o estudo do discurso na canção e/ou na música. A consistência teórica desse campo de estudo o torna fundamental não apenas para a compreensão da estruturação do texto musical em si, mas também das relações de natureza semi-simbólica, interdiscursiva e intertextual que ele estabelece. Objetivos Gerais: Aprofundar as investigações a respeito dos textos sincréticos que utilizam figuras de expressão de natureza musical, explorando as interações entre a música e outras linguagens. Explorar diferentes abordagens semióticas que analisem figuras de expressão musicais em suas diversas dimensões (melódica/entoativa, métrica, harmônica, timbrística, formal, 31 tópica etc) e seus desdobramentos enquanto recursos retóricos na construção do sentido do texto sincrético. Ampliar as discussões sobre a inter-relação entre música e discurso em diferentes plataformas midiáticas, como cinema, jogos eletrônicos, redes sociais e performances interativas.
Palavras-chave: Semiótica da Canção; Semiótica Musical; Sincretismo.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Ricardo Nogueira de Castro Monteiro (UFCA)
Doutor em Semiótica, Mestre em Letras e Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo, Ricardo Nogueira de Castro Monteiro é professor Adjunto III de Composição, Regência e Semiótica na Universidade Federal do Cariri - UFCA. Atualmente, além de lecionar na graduação e pós-graduação, rege a Orquestra UFCA, onde atua também como compositor e arranjador, e dirige o núcleo de teatro musical da mesma instituição. No biênio 2023/2024, foi bolsista de produtividade da FUNCAP - Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pesquisando os folguedos da cultura popular do Cariri sob uma perspectiva semiótica.
Antonio Vicente Seraphim Pietroforte (USP)
Antonio Vicente Seraphim Pietroforte é Professor Titular de Semiótica da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Nessa mesma faculdade, formou-se em Língua Portuguesa e Linguística; nela, ainda fez o mestrado, o doutorado, a livre-docência e leciona desde 2002 no Departamento de Linguística. Presentemente, atua nos cursos de graduação em Letras e nos cursos de pós-graduação em: (1) Semiótica e Linguística Geral, especializando-se em Semiótica Aplicada; e (2) Estudos Comparados em Literaturas de Língua Portuguesa, participando da concepção do curso de pós-graduação em Laboratórios de Criação – Escrita Literária. Na área acadêmica, escreveu 9 livros de ensaios semióticos; na área literária, compôs 3 romances, 2 livros de contos, 10 livros de poesia e o roteiro de 2 novelas gráficas.
Música e canção em perspectiva semiótica: estratégias retóricas, significação e sentido
Ricardo Nogueira de Castro Monteiro (UFCA), Antônio Vicente Seraphim Pietroforte (USP)
O fazer semiótico como um fazer político
Alexandre Marcelo Bueno (Mackenzie), Luiza Helena Oliveira da Silva (UFNT)
Pode-se compreender que o fazer científico é atravessado pela dimensão política, tendo em vista os objetos que acolhe, os problemas com os quais se compromete, as perspectivas que assume, os impactos que visa a produzir, a crítica que mira o senso comum. Todas as escolhas teóricas são, enfim, escolhas que acabam por definir uma política da ciência, assim como implica um posicionamento em relação ao texto a ser analisado, seguindo a lição de Ferdinand de Saussure: “é o ponto de vista que define o objeto” (Saussure, 1975, p. 15). Aqui, contudo, interessam-nos mais de perto trabalhos que explicitem seu engajamento com problemas de ordem social, econômica, política, cultural e histórica que emergem do contexto brasileiro e latino-americano contemporâneo. Em particular, buscam-se trabalhos que demandam do fazer teórico da semiótica um fazer assumidamente “comprometido” (Landowski, 2001). Um marco desse posicionamento em relação à semiótica discursiva no Brasil pode ser encontrado no estudo sobre os discursos da ditadura militar (Fiorin, 1988). Essa vocação se evidencia em outros trabalhos, como os que se debruçam sobre os discursos intolerantes (Barros, 2016) e as fakes news (Barros, 2000), nos discursos sobre a luta armada (Fulaneti, 2016), o populismo (Demuru, 2023; Fulaneti, 2024), sobre a figurativização dos povos originários na pintura (Teixeira, 2000), o problema dos algoritmos que controlam as redes digitais (Teixeira e Coutinho, 2024), a sintaxe dos discursos da extrema-direita (Fiorin, 2024), o racismo (Schwartzman, 2021; Bueno, 2022), gênero e diversidade (2022) entre outros. No Norte do país, essa disposição se encontraria na análise de produções literárias que tematizam o que foram os anos de chumbo (Bittencourt e Silva, 2022) ou discursos conservadores que agem sobre a educação (Silva, 2024). Assim, este simpósio abre-se a trabalhos na linha da semiótica de linha francesa diretamente implicados com o universo político contemporâneo e os sentidos polêmicos e contratuais construídos e veiculados por textos diversos (sincréticos e não-sincréticos). Seu objetivo é discutir relação entre o fazer semiótica e o fazer político, assim como refletir sobre o alcance e os limites do posicionamento político do semioticista, enquanto um sujeito que não se mantém “neutro”, “impassível” ou “encastelado” diante dos sentidos que naturalizam injustiças, desigualdades e discriminações. Além disso, o simpósio busca manter a tradição estabelecida pela semiótica e, em particular, pela semiótica praticada no Brasil de estabelecer diálogos com abordagens que emergem de outras áreas, como a decolonialidade, o feminismo, o gênero, o racismo e demais pautas de grupos minoritários, assumindo cada vez mais uma perspectiva crítica, política e implicada (Schwartzmann e Silva, 2022). Nessa direção, este simpósio faz um chamamento para os pesquisadores que assumem essa modalidade de fazer semiótica, a fim de compor um quadro dos rumos que a teoria assume diante dos desafios que se apresentam em tempos pouco esperançosos, em cenários distópicos e em horizontes obscuros.
Palavras-chave: Semiótica discursiva; Política; Engajamento.
Línguas do simpósio: Português, Francês e Espanhol.
Alexandre Marcelo Bueno (Mackenzie)
Mestre e doutor em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) (com estágio doutorado-sanduíche na Paris VIII). Docente e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Bolsista do CNPq (Pq2). Desenvolve pesquisas em semiótica aplicada aos discursos sobre a imigração e aos discursos políticos.
Luiza Helena Oliveira da Silva (UFNT)
Mestre e doutora em Letras pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Docente da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT). Coordenadora do Grupo de Estudos do Sentido (GESTO). Bolsista do CNPq (Pq2). Coordenadora Adjunta dos Programas Profissionais da Área 41 (CAPES). Desenvolve pesquisas em semiótica aplicada à educação, à memória, à literatura.
O fazer semiótico como um fazer político
Alexandre Marcelo Bueno (Mackenzie), Luiza Helena Oliveira da Silva (UFNT)
O futuro do corpo: trânsitos entre imagens e palavras
Jean Carlos Gonçalves (UFPR), Sônia Machado de Azevedo (Célia Helena)
O corpo tem tomado lugar de centralidade na pesquisa acadêmica em várias frentes, correntes e nichos. Diferentes quadros epistemológicos tentam ver, ler e analisar o corpo, seja como categoria, dispositivo, materialidade, código ou outros meios que possibilitem a compreensão de um tema tão caro à sociedade contemporânea. Após a pandemia de COVID-19, nota-se um enfrentamento de motes urgentes na abordagem, nos procedimentos, nos mecanismos e nos discursos sobre corpo. O presente simpósio tem como objetivo geral reunir pesquisadoras/es interessadas/os em discussões sobre o futuro do corpo, no intuito de provocar trânsitos entre imagens e palavras, que possam desencadear reflexões vinculadas a perspectivas teóricas e metodológicas distintas, porém, buscando alguma convergência quanto às relações entre corpo e futuridade. Algumas perguntas podem guiar ou desestabilizar esse escopo temático: 1. Para onde estão caminhando as investigações sobre o corpo na atualidade? 2. Onde queremos e podemos chegar estudando corpo? 3. Quais lacunas as pesquisas podem preencher, quando pensamos uma semiótica de corpos expandidos e espiralares? Esperamos receber trabalhos que não só tentem dialogar com estas questões, mas possam contribuir com o pensamento acadêmico sobre o futuro do corpo, apresentando panoramas e reverberações, em tempos nos quais a própria ideia de presença (corporal) implora por novos contornos e nuances de significação e sentido.
Palavras-chave: Corpo; Imagem; Palavra.
Línguas do simpósio: Português, Inglês e Espanhol.
Jean Carlos Gonçalves (UFPR)
Jean Carlos Gonçalves: Graduação em Teatro pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), Mestrado (FURB) e Doutorado em Educação (Universidade Federal do Paraná - UFPR). Professor do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da UFPR e dos Programas de Pós-Graduação em Letras (PPGL/UFPR) e Educação (PPGE/UFPR). Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq (PQ-1D).
Sônia Machado de Azevedo (Célia Helena)
Sônia Machado de Azevedo: Graduação em Teatro pela Universidade de São Paulo, Mestrado e Doutorado em Artes pela Universidade de São Paulo, com formação em Dança Moderna pela Escola Arte do Movimento. Professora Titular em Práticas Corporais no Bacharelado em Artes Cênicas, cursos de pós-graduação e Mestrado Profissional em Artes da Cena do Centro de Artes Célia Helena em São Paulo.
O futuro do corpo: trânsitos entre imagens e palavras
Jean Carlos Gonçalves (UFPR), Sônia Machado de Azevedo (Célia Helena)
Os limites do texto em semiótica
Carolina Lindenberg Lemos (UFC), Sémir Badir (Universidade de Liège)
Na esteira de uma expansão progressiva do objeto de investigação que vinha se operando em semiótica (ver, a título de exemplo, Greimas & Fontanille, 1991, Floch, 1988, 1997, 2023 [1990]), acrescida de variadas influências vindas de dentro e de fora da trupe semiótica, Fontanille (2008) propõe a formulação dos níveis de pertinência semiótica. Em linhas gerais, Fontanille circunscreve o texto a um dos níveis de pertinência, como um dos objetos de investigação. Ao fazê-lo, reconhece e incorpora essa expansão dos objetos e organiza e reparte o campo de investigação em zonas de pertinência e suas relações. Se, por um lado, essa proposta abre o campo da semiótica para a exploração de uma miríade de processos significativos em cada um desses níveis (Fontanille, 2004; Schwartzmann, 2012; Dondero, 2014; 2017; Honba, 2018; Correa, 2024, citando apenas alguns), ela coloca em questão o lugar do texto na semiótica como objeto de eleição investigativa, o que pode ser constatado na aparição de trabalhos que empreendem justamente essa discussão, como Marrone (2008, 2016), Lima (2010), Badir (2012), Lemos (2015), Schwartzmann (2018) e Moraes (2021), novamente para citar alguns. A questão central que se coloca é que, em seus trabalhos, Fontanille considera apenas um dos aspectos do texto enunciado em semiótica, nomeadamente sua qualidade de objeto empírico, não considerando o texto como modelo formal e epistemológico. Entretanto, há ainda uma outra questão empírica, com desdobramentos teóricos, que diz respeito à definição dessa fronteira que configura o que é o texto. Ainda que se admita a proposta de Fontanille e que se distinga o objeto empírico que é o texto dos signos que ele contém e do suporte que lhe dá forma, resta o fato que um texto (uma coletânea de contos, por exemplo) pode ser constituído por textos (os contos em questão). Isso também é possível para certas divisões internas a objetos que tomamos facilmente como textos: os romances e seus capítulos; os poemas e suas estrofes e versos. Até onde podemos ir na divisão de um texto englobante em textos englobados? O uso da língua sugere um limite, a teoria semiótica um outro. Conjuntos daquilo que habitualmente tratamos como textos são também textos? Alguns trabalhos recentes advogam nesse sentido (Mafra, 2019; Façanha, 2023). É também questão mais ampla, se pensarmos em trilogias de romances e de filmes, séries de televisão e de fotografias, álbuns de canções, o jornal e suas matérias, o perfil de rede social e suas postagens… O que coloca a questão da relação entre essas diferentes totalidades, seus graus de afinidade e diferença. Os interessados na temática deste simpósio são convidados a propor comunicações de cunho teórico e aplicado que discutam tanto as bordas externas dos textos, seus limites de contato com outras totalidades e a passagem para outros níveis de pertinência, bem como suas estruturas interna, sua composição com outros textos e níveis de pertinência e os graus de intimidade, de triagem e mistura de seus componentes.
Palavras-chave: Texto; Mereologia; Triagem e mistura.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Carolina Lindenberg Lemos (UFC)
É professora do Departamento de Letras Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal do Ceará. Obteve seu doutorado em Semiótica e linguística geral pela Universidade de São Paulo e em Langues et Lettres pela Universidade de Liège, com estágio de mobilidade internacional na Universidade de Paris (VIII). Realizou pós-doutorado em Historiografia da Linguística também na USP. Na UFC, orienta pesquisa em semiótica literária e semiótica sincrética e desenvolve pesquisa acerca da semiótica e suas bases linguísticas, tendo publicado capítulos em obras coletivas e artigos em revistas nacionais e internacionais de impacto.
Sémir Badir (Universidade de Liège)
É pesquisador do Fundo Nacional Belga para Pesquisa Científica, FRS-FNRS, e leciona semiótica textual e literária na Universidade de Liège. Seus interesses de pesquisa se concentram nos aspectos epistemológicos das teorias linguísticas e semióticas, que desenvolve em particular no coletivo Lttr 13, bem como em modelos conceituais aplicados às formas artísticas. É autor de cinco obras monográficas: Pratiques discursives du savoir. Le cas sémiotique (Lambert-Lucas, 2022), Magritte et les philosophes (Les Impressions Nouvelles, 2021), Épistémologie sémiotique. La théorie du langage de Louis Hjelmslev (Honoré Champion, 2014), Saussure. La langue et sa représentation (L'Harmattan, 2001) e Hjelmslev (Belles-Lettres, 2000; tradução japonesa: Taishukan ed., 2007).
Les limites du texte en sémiotique
Carolina Lindenberg Lemos (UFC), Sémir Badir (Universidade de Liège)
À la suite de l’élargissement progressif de l’objet d’investigation en sémiotique (voir, par exemple, Greimas & Fontanille, 1991, Floch, 1988, 1997, 2023 [1990]), augmenté par diverses influences à l’intérieur et à l’extérieur du champ sémiotique, Fontanille (2008) propose la formulation de différents niveaux de pertinence sémiotique. En termes généraux, Fontanille circonscrit le texte, en tant qu’objet d'investigation, à l’un des niveaux de pertinence. Ce faisant, il reconnaît et intègre cet élargissement des objets, divise le champ d’investigation en zones de pertinence et organise leurs relations.Si, d’une part, cette proposition ouvre le champ de la sémiotique à l’exploration d’un grand nombre de processus significatifs à chacun de ces niveaux (Fontanille, 2004 ; Schwartzmann, 2012 ; Dondero, 2014 ; 2017 ; Honba, 2018 ; Correa, 2024, pour n'en citer que quelques-uns), elle remet en question la place du texte dans la sémiotique en tant qu’objet d’investigation, ce qui se traduit par l’apparition de travaux qui entreprennent précisément cette discussion, comme Marrone (2008, 2016), Lima (2010), Badir (2012), Lemos (2015), Schwartzmann (2018), et Moraes (2021), toujours pour n’en citer que quelques-uns. La question centrale qui se pose résulte de ce que, dans son travail, Fontanille ne considère qu’un des aspects du texte en sémiotique, à savoir sa qualité d'objet empirique, ne considérant pas le texte comme un modèle formel et épistémologique. Mais une autre question empirique, aux implications théoriques, se pose encore, celle de la définition des limites définissant ce qu’est un texte. Même si l’on accepte la proposition de Fontanille et que l’on distingue l’objet empirique qu’est le texte des signes qu’il contient et du support qui lui donne forme, il n’en reste pas moins qu’un texte (un recueil de nouvelles, par exemple) peut être constitué de textes (les nouvelles en question). Cette observation vaut également pour certaines divisions internes d’objets que nous prenons facilement pour des textes : les romans et leurs chapitres ; les poèmes et leurs strophes et vers. Jusqu'où peut-on aller dans la division d'un texte englobant en textes englobés ? L’usage ordinaire de la langue suggère une limite, la théorie sémiotique une autre. Les ensembles de ce que nous considérons habituellement comme des textes sont-ils également des textes ? Certains travaux récents le préconisent (Mafra, 2019 ; Façanha, 2023). C'est aussi une question plus large, si l’on pense aux trilogies de romans et de films, aux séries télévisées et aux photographies, aux albums de chansons, au journal et à ses articles, aux profils de réseaux sociaux et à leurs posts.... Ce qui pose la question de la relation entre ces différentes totalités, de leurs degrés d’affinité et de différence. Les personnes intéressées par le thème de ce symposium sont invitées à proposer des communications théoriques et appliquées qui discutent à la fois des limites externes des textes, de leurs frontières de contact avec d’autres totalités et du passage à d’autres niveaux de pertinence, ainsi que de leurs structures internes, de la manière dont ils composent avec d’autres textes, et de la manière dont ils s’articulent avec d’autres totalités.
Palavras-chave: Texte ; méréologie ; tri et mélange.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.
Os limites do texto em semiótica
Carolina Lindenberg Lemos (UFC), Sémir Badir (Universidade de Liège)
Pensamento de C. S. Peirce
Priscila Monteiro Borges (UnB), Gustavo Rick (Anhembi-Morumbi)
O simpósio dedica-se à discussão do pensamento de C. S. Peirce, seja ele teórico, aplicado, filosófico ou semiótico. Charles Sanders Peirce (1839-1914), cientista, matemático, historiador, filósofo e lógico norte-americano, é considerado o fundador da moderna Semiótica. Graduou-se com louvor pela Universidade de Harvard em química, fez contribuições importantes no campo da Geodésia, Biologia, Psicologia, Matemática, Filosofia. Peirce, como diz Santaella (1983: 19), foi um “Leonardo das ciências modernas”. Peirce deixou um volume enorme de textos publicados e manuscritos que estão até hoje sendo editados e publicados. Os diferentes campos de atuação da obra de Peirce mostram a interdisciplinaridade inerente ao seu pensamento que segue sendo reconhecido como extremamente importante. Peirce não apenas participou da fundação da lógica matemática moderna como antecipou, sobretudo no aparato teórico-conceitual de sua semiótica e do pragmatismo, diversos desenvolvimentos da filosofia no século XX: mais especificamente no campo da epistemologia e nas filosofias da linguagem, lógica, matemática e ciência bem como em outros ramos da filosofia analítica. Como o fôlego de suas contribuições teóricas promete chegar até o século XXI, este simpósio procura abrir espaço para pesquisadores que estejam mobilizando a obra de Peirce para estudar tópicos do cenário contemporâneo. Além disso, o simpósio busca reunir pesquisadores que estejam trabalhando em discussões provenientes da própria obra do autor, dos desafios de mobilizar conceitos de Peirce em análises de fenômenos contemporâneos ou dos modos como podemos entender a semiótica de Peirce como um método para análises semióticas.
Palavras-chave: Filosofia; Semiótica; C. S. Peirce.
Línguas do simpósio: Português, Inglês e Espanhol.
Priscila Monteiro Borges (UnB)
É professora adjunto na Faculdade de Comunicação (FAC) e no programa de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM-FAC) da Universidade de Brasília (UnB). É pesquisadora e diretora executiva do Centro Internacional de Estudos Peirceanos (CIEP). Possui mestrado (2005) e doutorado (2010) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Pesquisa a filosofia de C. S. Peirce, o que inclui sua semiótica, em especial, o sistema de 66 classes de signos.
Gustavo Rick (Anhembi-Morumbi)
É professor dos Cursos de Comunicação Social da Universidade Anhembi-Morumbi, doutor pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (2014) da PUC/SP e mestre pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica (2009) também da PUC-SP. Áreas de pesquisa: semiótica teórica; Filosofia da Ciência e Epistemologia; comunicação e divulgação científica; 39 aplicação de Data Science e metodologias assistidas por Inteligência Artificial à pesquisa semiótica; aplicação de modelos cognitivos ao estudo do processo de significação em geral e fenômenos da desinformação.
Pensamento de C. S. Peirce
Priscila Monteiro Borges (UnB), Gustavo Rick (Anhembi-Morumbi)
Polêmica e ideologia nas redes sociais
Alexandre Marcelo Bueno (Mackenzie), Regina Souza Gomes (UFRJ)
O simpósio tem como tema debater, à luz da semiótica discursiva, as formas polêmicas de interação nas redes sociais nos dias de hoje, em que se destacam a intensidade afetiva, as paixões malevolentes e a confrontação agressiva e surda às posições contrárias e contraditórias, dificultando as trocas discursivas e a construção de um contrato social com uma base de valores comuns. A polêmica é uma das tipologias de atitudes possíveis do contrato implícito entre os participantes de uma interação intersubjetiva, discursivizando-se numa confrontação, num combate, numa coerção ou numa provocação, por exemplo, opondo-se à forma contratual benevolente, como ocorre nas trocas, no acordo mútuo, mas também na obediência. A polêmica sempre surge da defrontação de conjuntos de valores, crenças e comportamentos diferentes, opostos ou contraditórios, ou seja, de ideologias, que tomam a forma de percursos temáticos e figurativos em inter-relação no discurso. Numa sociedade diversa, complexa, desigual, com interesses em conflito, a polêmica e a persuasão são esperadas como pressupostos da própria existência do discurso. O estudo das polêmicas que grassam o discurso nas mídias sociais, em diversos domínios discursivos, se justifica, então, pela importância de refletir sobre a feição que assumem na internet e nas redes sociais, dificultando o diálogo, propiciando o surgimento de discursos intolerantes e preconceituosos, fazendo emergir tumultos afetivos e passionais, confundindo e atendendo a certos interesses políticos e sociais, alimentando certas ideologias. Dentro desse quadro, o simpósio tem como objetivos discutir: (a) as formas que tomam os discursos polêmicos nas redes sociais, em seus diversos domínios discursivos (político, religioso, midiático, noticioso, publicitário, didático etc.); (b) o possível esgarçamento das bases mínimas de valores comuns que dão coesão à sociedade e possibilitam a construção de uma sociabilidade democrática; (c) as relações entre as formas polêmicas dos discursos e a ideologia; (d) as estratégias enunciativas de alteração e subversão do valor semântico dos valores ideológicos tomados como consenso social (tais como liberdade de expressão, entre outros). Assim, este simpósio busca acolher trabalhos de pesquisadores interessados na temática proposta com o intuito de se criar um espaço de reflexão e de debates sobre a dimensão polêmica na contemporaneidade.
Palavras-chave: Polêmica; Ideologia; Redes sociais.
Línguas do simpósio: Português, Inglês, Francês e Espanhol.
Alexandre Marcelo Bueno (Mackenzie)
Alexandre Marcelo Bueno é docente e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Fez Mestrado e doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) (com estágio doutorado-sanduíche na Paris VIII). Bolsista do CNPq (Pq2). Desenvolve pesquisas em semiótica aplicada aos discursos sobre a imigração e aos discursos políticos.
Regina Souza Gomes (UFRJ)
Regina Souza Gomes é docente da graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fez Mestrado e Doutorado na Universidade Federal Fluminense, possui pós-doutorado pela Universidade Paris 8 e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Coordena o Núcleo de Pesquisas em Semiótica na UFRJ e é pesquisadora do SEDI-UFF. Foi vice-presidente da ABES e da ASSEL-Rio. Suas pesquisas e publicações versam atualmente sobre o discurso na internet, abordando a veridicção, a aspectualização, o sincretismo de linguagens e a aplicação da semiótica ao ensino.
Polêmica e ideologia nas redes sociais
Alexandre Marcelo Bueno (Mackenzie), Regina Souza Gomes (UFRJ)
Práticas de cidadania e Práticas do Discurso Jurídico: cenas práticas, casos concretos e experiências
Eduardo Bittar (USP), Carolina Lindenberg Lemos (UFC)
No âmbito do Congresso Internacional da ABES (2025), o simpósio Práticas de Cidadania e Práticas do Discurso Jurídico pretende favorecer análises que tenham operado a incorporação da viragem praxeológica (Fontanille, 2008) ao tratamento da questões do âmbito da Semiótica do Político e da Semiótica do Direito. Ao reunir pesquisadore(a)s em torno de situações concretas e cenas práticas (Fontanille, 2005), com exposições centradas em questões cotidianas, pretende-se estimular a tarefa de impulsionar a superação do discurso político e do texto jurídico como lugares de análise, na direção de análises transtextuais. A perspectiva teórica pós-greimasiana (Portela, Schwartzmann, 2012), cujo esquematização poderá ser retomada (signos > textos > objetos > cenas práticas > estratégias > formas de vida), permite férteis reflexões e abordagens empíricas. Assim, serão admitidas propostas de pesquisadores(as) visando colher evidências em torno da relação entre práticas de cidadania e processos de aquisição de novos direitos, na luta social por emancipação social e por realização de justiça, através de mecanismos de participação democrática (Habermas, 2003; Honneth, 2003), no quadro de uma sociedade marcada por desigualdades, assimetrias, violências e injustiças. Aqui, a ideia de transformação social deverá estar em foco. Na perspectiva da Semiótica do Político, serão admitidas propostas visando dar tratamento a problemas concernentes à forma de administração de conflitos sociais (Aldama, 2023). Aqui, a perspectiva semiótica deverá estar dedicada à empreitada de compreender dinâmicas conflitivas e eventuais modos de solução. Na perspectiva da Semiótica do Direito, serão admitidas propostas centradas na análise de processos judiciais, formas de expressão da linguagem jurídica e modos próprios de operar com o discurso jurídico. Aqui, as práticas quotidianas e a atuação profissional deverão estar no centro das preocupações, demonstrando-se como o direito contemporâneo tem experimentado transformações significativas na direção da realização de justiça.
Palavras-chave: Práticas de cidadania; discurso jurídico; luta por justiça.
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Eduardo C. B. Bittar (Faculdade de Direito/USP)
Professor Associado do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. É Membro da Association for Semiotic Studies (IASS, 2024) e da Association Française de Sémiotique (AFS, 2024). É pesquisador 1-B do CNPq.
Carolina Lindenberg Lemos (UFC)
Professora adjunta do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará (UFC). Doutora em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e em Langues et Lettres pela Universidade de Liège (Liège, 2015), com estágio de mobilidade internacional na Universidade de Paris VIII (2013). Mestre em Semiótica e Linguística (2010) e bacharel em Linguística (2005) pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professora temporária do Departamento de Linguística da USP (2016), onde realizou pesquisa de pós-doutorado em Historiografia da Linguística (2015-2016). Atualmente é membro do Semioce - Grupo de Estudos Semióticos da UFC e do Grupo de Estudos Semióticos da USP. É editora da revista Estudos Semióticos (USP) e foi editora da rubrica "Chroniques" da revista Signata (ULg) de 2016 a 2021.
Citizenship Practices and Legal Discourse Practices: practical scenes, concrete cases and experiences
Eduardo Bittar (USP), Carolina Lindenberg Lemos (UFC)
As part of the ABES International Congress (2025), the symposium Practices of Citizenship and Practices of Legal Discourse aims to encourage analyses that have incorporated the praxeological turn (Fontanille, 2008), into the treatment of issues in the field of Semiotics of Politics and Semiotics of Law. By bringing together researchers around concrete situations and practical scenes (Fontanille, 2005), with exhibitions centred on everyday issues, the aim is to stimulate the task of overcoming political discourse and the legal text as places of analysis, in the direction of transtextual analyses. The post-Greimasian theoretical perspective (Portela, Schwartzmann, 2012), whose schematisation may be taken up (signs > texts > objects > practical scenes > strategies > ways of life), allows for fertile reflections and empirical approaches. Researchers will therefore be able to gather evidence on the relationship between citizenship practices and processes of acquiring new rights, in the social struggle for social emancipation and the realisation of justice, through mechanisms of democratic participation (Habermas, 2003; Honneth, 2003), in a society marked by inequalities, asymmetries, violence and injustice. Here, the idea of social transformation should be in focus. From the perspective of the Semiotics of the Political, proposals will be accepted to deal with problems concerning how to manage social conflicts (Aldama, 2023). Here, the semiotic perspective should be dedicated to the endeavour of understanding conflict dynamics and possible ways of resolving them. From the perspective of the Semiotics of Law, proposals centred on analysing judicial processes, forms of expression of legal language and specific ways of operating with legal discourse will be accepted. Here, everyday practices and professional activity should be at the centre of concerns, demonstrating how contemporary law has undergone significant transformations in the direction of achieving justice.
Keywords: Citizenship practices; legal discourse; struggle for justice.
Languages accepted: Portuguese, English, French, Italian and Spanish.
Práticas de cidadania e Práticas do Discurso Jurídico: cenas práticas, casos concretos e experiências
Eduardo Bittar (USP), Carolina Lindenberg Lemos (UFC)
Presenças da Semiótica e do Discurso Religioso
Sueli Maria Ramos da Silva (UFMS), Dario de Araujo Cardoso (CPAJ-Mackenzie)
Desvendar o processo de significação do discurso religioso, em suas múltiplas dimensões e gradações, e revestido por uma aura mítica de sacralidade e de intocabilidade, tem o status de uma empreitada, no mínimo, desafiadora. Intentamos nessa proposta, orientados pela temática da presença na Semiótica na vida social, e atento à interface da Semiótica com a sociedade, congregar pesquisas que tenham como objeto o discurso religioso, quer seja na sua acepção judaico-cristã, visto ser, em suas diversas textualizações o discurso um dos fundadores de nossa cultura, e que manifesta sua permanência na mente dos cristãos, como um discurso de fidelização, de divulgação e prática, quer seja em suas acepções alternativas que interagem e impactam esse discurso fundador. O presente plano de trabalho busca objetivar o estabelecimento de um panorama, com a consagração de um lugar nas pesquisas feitas entre discurso religioso no Brasil, inserindo-se na especificidade dos estudos em semiótica e discurso religioso. Tendo como fundamentação teórica a semiótica discursiva e seus recentes desdobramentos tensivos, essa pesquisa propõe-se a estabelecer um panorama dos estudos acerca do discurso religioso realizados, notadamente, no âmbito brasileiro. Damos especial atenção ao discurso bíblico na qualidade de texto fundador do discurso religioso no Brasil. A presença da semiótica narrativa no que concerne aos estudos acerca da linguagem da religião, tem início por meio do desenvolvimento dos estudos acerca da interpretação de enunciados bíblicos. No que diz respeito à semiótica e o panorama dos estudos bíblicos, cabe ressaltar que a semiótica procura distinguir-se de outras teorias do texto (histórico-crítica, pragmática, etc) “e de outras problemáticas da recepção e da interpretação que se apresentam atualmente na exegese bíblica e que intervém na elaboração de reflexões teológicas” (PANIER, 1989, p. 19). A entrada da semiótica no campo exegese bíblica marca uma ruptura de isotopia ao incluir um horizonte epistemológico completamente diferente (Cf. CHABROL, 1980). Segundo Thériault (2006, p. 68), “muitos biblistas resistiam – e resistem ainda- a esta análise que se interessa pelo texto simplesmente como ele se dá a ler”. Para além das contribuições da semiótica à exegese bíblica, propomos também verificar como os discursos decorrentes e concorrentes interagem para a produção do sentido no campo religioso no Brasil. Procuramos, por meio da presente proposta, nos situar na problemática da análise e, assim, tornar possível a proposição de ampliação das pesquisas acerca da semiótica e discurso religioso.
Palavras-chave: Presenças; discurso religioso; panorama brasileiro.
Línguas do simpósio: Português.
Sueli Maria Ramos da Silva (UFMS)
Professora Adjunta da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul na FAALC, Departamento de Letras. Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens da UFMS (Cursos de Mestrado e Doutorado). Doutora em Semiótica e Linguística geral pela Universidade de São Paulo - FFLCH-USP (2012); Mestre em Linguística pelo programa de pós-graduação em Semiótica e Linguística geral da FFLCH-USP (2007); Graduação em Letras, nas habilitações de Português (bacharelado e licenciatura) e linguística (bacharelado) pela Universidade de São Paulo (2005).
Dario de Araujo Cardoso (CPAJ-Mackenzie)
Doutor em Semiótica e Linguística Geral pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Possui graduação em Bacharel em Teologia - Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição, graduação em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, mestrado em Teologia e Exegese - Antigo Testamento pelo Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper e mestrado em Ciências da Religião pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É coordenador de EAD e vice-diretor do Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper do Instituto Presbiteriano Mackenzie e coordenador e professor do Departamento de Teologia Exegética do Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição.
Presenças da Semiótica e do Discurso Religioso
Sueli Maria Ramos da Silva (UFMS), Dario de Araujo Cardoso (CPAJ-Mackenzie)
Semiótica antropológica (ou Antropologia Semiótica)
Evani Viotti (USP), Danilo Paiva Ramos (UFSCar)
Desde há muito, as relações entre semiose e cultura têm interessado pesquisadores tanto da Semiótica, quanto da Antropologia. Mais recentemente, a aproximação entre essas duas áreas tem se intensificado e se aprofundado, dando origem a pesquisas que, por um lado, claramente assumem que o contexto sociocultural e as interações cotidianas entre os membros de uma comunidade devem integrar as análises linguísticas e semióticas, e, por outro, explicitamente incluem a análise de fenômenos linguísticos e discursivos em seus estudos sobre as culturas e as organizações sociais e políticas. Essas pesquisas têm demonstrado que questões que envolvem a indexicalidade, as ideologias linguísticas, as relações de poder, as cosmovisões dos diferentes povos, suas agências, sua história e sua criatividade impactam, em tempo real, sua produção linguística e semiótica. Ao mesmo tempo, a descrição e a análise da produção linguística e semiótica observada nas práticas cotidianas dos diferentes povos lançam luz sobre a constituição de suas ontologias, de seus espaços sociais, de suas experiências, de suas tradições e de seu pertencimento. Este simpósio tem, então, como objetivo colocar em diálogo pesquisas das áreas de Semiótica, Linguística e Antropologia que investiguem as relações entre aspectos de qualquer sistema semiótico – linguístico ou não linguístico, gramatical, discursivo ou textual – e as visões de mundo e práticas sociais e culturais de diferentes grupos humanos. A justificativa para a proposta de simpósio que aqui fazemos é de duas ordens. A primeira é a de constituir um fórum de discussão em que as imbricadas relações entre as linguagens e as cosmovisões de cada povo ganhem destaque; a segunda é a de abrir espaço para o aprofundamento do conhecimento sobre povos e línguas minorizadas, especialmente, mas não só, aquelas faladas no território brasileiro, entre as quais as línguas indígenas (inclusive as variedades indígenas de línguas indoeuropeias, como a que tem sido chamada português indígena, por exemplo); as variedades reminiscentes das línguas africanas transplantadas para o Brasil no período colonial; os aspectos do português brasileiro padrão que emergiram do contato com línguas e culturas indígenas e africanas; e as línguas sinalizadas.
Palavras-chave: Sistemas semióticos; culturas; ontologias.
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano, espanhol.
Evani Viotti (USP)
Evani Viotti, é linguista, professora do Departamento de Linguística, Universidade de São Paulo. Tem doutorado pelo Programa de Linguística da Universidade de São Paulo. Fez estágios de pós-doutoramento na Universidade Estadual de Campinas e na Universidade de Chicago (Estados Unidos), onde também lecionou como bolsista Tinker. Sua pesquisa tem por objeto os processos semióticos que permeiam as interações humanas e as ecologias de contato de línguas, especialmente aquelas em que línguas indoeuropeias convivem com línguas africanas e indígenas.
Danilo Paiva Ramos (UFSC)
Danilo Paiva Ramos é antropólogo, professor adjunto C do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e professor efetivo do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS-UFSCar). É líder do Grupo de Pesquisa em Etnografia, Linguagem e Ontologia (ELO-CNPq). Desenvolve pesquisas em etnologia indígena, com ênfase em estudos sobre xamanismo, ontologia e linguagem, arte verbal e saúde indígena. É membro do Coletivo de Apoio aos Povos Yuhupdëh, Hupd'äh, Dâw e Nadëb (CAPYHDN) e da Associação Saúde Sem Limites (SSL).
Semiótica antropológica (ou Antropologia Semiótica)
Evani Viotti (USP), Danilo Paiva Ramos (UFSCar)
Semiótica da cultura
Alan Silus (UFMS), Ekaterina Vólkova Américo (UFF)
Os estudos em Semiótica da Cultura, especialmente influenciados pelas obras e herança teórica de Iúri Lotman, investigam como os sistemas culturais organizam e produzem significados. Trata-se de uma área que explora a semiose, o processo contínuo de criação de sentidos, a partir da interação entre os diversos subconjuntos que compõem a Cultura. Assim, este é um campo que desafia a ideia de cultura como um bloco monolítico, reconhecendo sua complexidade e dinamismo. Esta área da Semiótica, desenvolvida pela Escola Semiótica de Tártu-Moscou, nos anos 1960-1980, oferece uma abordagem rica e multifacetada para a compreensão das expressões culturais em suas múltiplas formas e contextos. Entre os princípios centrais dessa vertente teórica, destacam-se a ideia de que a cultura é formada por subconjuntos organizados de formas diversas, e que as linguagens – sejam elas escritas, visuais, orais ou audiovisuais – estão profundamente enraizadas nos contextos específicos das sociedades que as produzem. A heterogeneidade cultural e o poliglotismo das expressões comunicativas também são conceitos fundamentais para os pesquisadores desta área. Dado o enfoque nas múltiplas linguagens e nos contextos variados em que se manifestam, convidamos a submissão de trabalhos que abordem tanto análises teóricas quanto estudos de caso. Pesquisas que explorem as formas como as culturas contemporâneas geram significados a partir de suas interações e pluralidades serão especialmente bem-vindas. São temas geradores deste Simpósio: Semiótica da Cultura; Estudos Linguísticos; Estudos Culturais; Estudos de Comunicação e Mídias; Estudos de Transculturalidade; Estudos da Tradução; Estudos Interdisciplinares; Multiculturalismo e Linguagens; Culturas Híbridas, dentre outras formas de diálogo. O evento será uma oportunidade única para reunir especialistas que compartilham o interesse pelos processos de semiose e pela complexa rede de relações que constitui a Cultura, pelas novas perspectivas trazidas pela Semiótica da Cultura e suas interseções com outras áreas do conhecimento. Participe e contribua para o avanço dos estudos semióticos!
Palavras-chave: Semiótica da cultura; multiculturalismo; diálogo.
Línguas do simpósio: Português, inglês e espanhol.
Alan Silus (UFMS)
Docente do Ensino Superior, Pesquisador na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguagem, Educação e Infância - Teoria Histórico-Cultural (GEPLEI-THC/ UFMS) e é coordenador do Núcleo de Estudos em Literatura e Cultura Sul-Mato-Grossense (NELC). Áreas de atuação: Alfabetização e Letramento; Análise Dialógica do Discurso; Formação de Professores; Literatura Sul-Mato Grossense; Música Sul-Mato-Grossense; Semiótica da Cultura; Teoria Histórico-Cultural.
Ekaterina Vólkova Américo (UFF)
Professora da Universidade Federal Fluminense. Integra Núcleo Tradução e Criação (UFF), Grupo de Pesquisa Diálogo (USP), Grupo de Estudos Discursivos sobre o Círculo de Bakhtin (UFLA), Grupo de Estudos Discursivos (UNESP). Áreas de atuação: literaturas e culturas da Rússia; semiótica da cultura; tradução; ensino de língua russa.
Semiótica da cultura
Alan Silus (UFMS), Ekaterina Vólkova Américo (UFF)
Semiótica da cultura, semiótica peirceana e o barroco como expansão: invenção sintática e natureza na América Latina
Amálio Pinheiro (PUC-SP), Abreu Castelo Vieira dos Paxe (ISCED)
Torna-se necessário, para investigar as nervuras relacionais em proliferação simultânea do hiperbarroco das Américas latino-afro-tupi-mestiças, congregar as noções concretas, experimentais e móveis do signo em Peirce e aquelas, conforme tratadas pela Semiótica da Cultura, por exemplo, em Lotman e Tinianov, da imprevisibilidade e traduzibilidade das séries culturais nos ambientes descentrados e não-institucionais. Tornam-se fundantes aqui os entrelaçamentos sintáticos não-lineares e oscilantes entre as linguagens e as matérias-primas (paisagem, oralidades, corpos, frutas, luz/sol etc. Neste ponto, surge a necessidade de examinar em pormenor os processos de mediação (o terceiro em Peirce) como habitados por conjuntos icônicos e indiciais que lhes conferem um movimento permanente de tradução em vaivém sem jamais deter-se num significado duradouro exclusivo, que estagnaria no lugar-comum e na sua instrumentalização ideológica. Daí importância estética e política da incorporação meticulosa de práticas inventivas como, por exemplo, a do ar livre ("plein air") em Mallarmé e a sílaba frutal e solar em Lezama Lima. É tarefa urgente encontrar mecanismos de conhecimento teórico-analíticos que possam dar conta de situações semióticas de linguagem e cultura nas quais, pela interação de várias camadas de uma história em aberto (Benjamin), de múltiplas regiões e temporalidades num mesmo espaço (Bastide, Laplantine etc.), as atividades de mediação (Latour) e tradução (a terceiridade em Peirce ou as mesclas sintático-construtivas em Tinianov) não podem depender de linearidades, regularidades ou ortogonalidades, dada a abrupta intromissão das formas significantes na elaboração dos campos semânticos (Haroldo de Campos). O que passa a vigorar são relações de signo em grande medida dotadas de ritmos plurais simultâneos e constelares. Objetivos gerais:
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Analisar os objetos e linguagens das séries da cultura (oralidades, natureza, línguas, cantos) como materiais compostos, do micro ao macro, estruturalmente simultâneos, em vaivém, para fora da cronologia do progresso histórico dominante e para fora das instituições importadas.
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Analisar toda e qualquer linguagem a partir de suas mínimas articulações e suas relações com a língua, o corpo e o ambiente.
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Considerar a necessidade de análises que trabalhem relações também entre as semióticas, em virtude da diferenciação na composição dos signos culturais.
Palavras-chave: Semióticas; séries culturais; mediação.
Línguas do simpósio: Português, espanhol, italiano.
Amálio Pinheiro (PUC-SP)
Amálio Pinheiro é poeta, tradutor e professor na Comunicação e Semiótica da PUCSP. Coordena o Grupo de Pesquisa “Barroco, Oralidades e Mestiçagem”, onde se investigam as relações entre literatura, comunicação e cultura na América Latina, ao mesmo tempo
Abreu Castelo Vieira dos Paxe (ISCED)
Abreu Paxe é Poeta, Ensaísta e Professor. Publicou Migrações Fractais – O Estudo do Provérbio em Angola em 2023. É Professor do Instituto Superior de Ciências da Educação – ISCED de Luanda, onde atua nos Programas de Pós-Graduação. É Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC SP. Atua no grupo de pesquisa Comunicação e cultura: barroco, oralidades e mestiçagem. Investiga as mídias nos processos culturais.
Semiótica da cultura, semiótica peirceana e o barroco como expansão: invenção sintática e natureza na América Latina
Amálio Pinheiro (PUC-SP), Abreu Castelo Vieira dos Paxe (ISCED)
Semiótica da desinformação
Conrado Moreira Mendes (PUC Minas), Daniel Melo Ribeiro (UFMT)
Este seminário se propõe a estudar a desinformação nas redes sociais online pela perspectiva de diferentes correntes semióticas. A partir da semiótica discursiva de A. J. Greimas e da sociossemiótica de E. Landowski, orienta-se pelas seguintes questões: (1) como se define, pelo escopo da semiótica discursiva e da sociossemiótica, o que vem a ser desinformação? (2) Quais são as características do discurso e do texto desinformacionais? (3) Por meio de quais lógicas a desinformação se propaga? (4) Como a desinformação pode ser compreendida à luz dos regimes de interação e de sentido e dos regimes de verdade? Pelo viés da semiótica de C. S. Peirce, são questões pertinentes: (1) Como compreender a relação da desinformação com as noções de verdade e crença? (2) Como definir desinformação, tendo em vista a maneira como Peirce entende o próprio conceito de informação? (3) Como caracterizar a desinformação em seus aspectos estéticos, éticos e lógicos? (4) Como operam as cadeias de semiose dos signos desinformacionais? Além da semiótica discursiva e da semiótica peirciana, são bem-vindos trabalhos de outras correntes semióticas.
Palavras-chave: Desinformação; Semiótica; Redes sociais online
Línguas do simpósio: Português, espanhol, inglês, francês.
Conrado Moreira Mendes (PPGCOM - PUC Minas)
Coordenador e Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da PUC Minas desde 2017. É Pós-doutor em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (2022). Doutor em Semiótica e Linguística Geral pela Universidade de São Paulo (2013). É líder do Grupo de Pesquisa *Mídia, Interação Sentido* (MIS|PPGCOM|PUC Minas), certificado pelo CNPq, o qual integra Rede SIMM: Rede de Pesquisa em Semiótica, Interações e Materialidades Midiáticas. É membro pesquisador do Centro de Pesquisas Sociossemióticas da PUC-SP.
Daniel Melo Ribeiro (DCS - UFMT)
Professor Adjunto do Departamento de Comunicação Social da UFMT. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. É membro do grupo de pesquisa CIEP/PUC-SP (Centro Internacional de Estudos Peirceanos), co-lider do grupo MediaAção/UFMG (Grupo de pesquisas em Mídia, Semiótica e Pragmatismo). É integrante da Rede SIMM: Rede de Pesquisa em Semiótica, Interações e Materialidades Midiáticas.
Semiótica da desinformação
Conrado Moreira Mendes (PUC Minas), Daniel Melo Ribeiro (UFMT)
Semiótica da fotografia: práticas e textos fotográficos
Daniela Nery Bracchi (UFPB), Thiago Moreira Correa (Unesp)
Propomos um espaço de debate sobre os diversos aspectos de construção de sentido do texto fotográfico, vistos a partir da abordagem semiótica. Tal perspectiva permite analisar a imagem enquanto participante na estruturação de regimes de visibilidade, uma vez que as imagens fotográficas operam enquanto práticas culturais dinâmicas, capazes de instaurar formas de ver, lembrar, compreender e narrar o mundo. A fotografia é um enunciado visual complexo, marcado por estratégias discursivas, estéticas e institucionais que nos convidam a refletir sobre seu papel na produção de discursos, afetos e relações de poder, seja em seus usos artísticos, educacionais, documentais ou midiáticos. Nesse sentido, o simpósio abriga a inscrição de trabalhos que abordem desde a construção visual e sensível do texto até estudos que avancem da textualidade em direção ao caráter de objeto material, cultural e social dessa mídia. A semiótica da fotografia tem levantado, ainda, duas questões cruciais sobre significação nos dias atuais. A primeira delas é a presença da fotografia como parte fundante de narrativas visuais, nas quais a articulação sequencial de imagens possibilita novas configurações de sentido. No campo dos fotolivros (Bracchi, 2025), por exemplo, a fotografia participa da elaboração de discursos que transformam a experiência visual em um processo de leitura dinâmico, ampliando as possibilidades de compreensão e de engajamento sensível do leitor no texto. Já a segunda questão diz respeito à expansão da presença social das imagens, tornando mais urgente debater sobre os processos de significação associados ao uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial (Dondero, 2025). A reflexão sobre as práticas fotográficas que surgem sob esse impacto permite um aprofundamento dos debates sobre o futuro da visualidade e seus desafios éticos e epistemológicos. Nesse contexto, destaca-se também o diálogo entre a abordagem semiótica e as teorias pós-coloniais, permitindo examinar melhor a participação das imagens na elaboração tanto de narrativas hegemônicas quanto na contestação de regimes de visibilidade (Schwartzmann, Correa, 2023). Assim, este simpósio busca integrar perspectivas semióticas e críticas que tomam a fotografia enquanto linguagem visual ativa na configuração de novas formas de imaginação social. Temos, portanto, como objetivos: 1) Promover o estudo sobre as múltiplas estratégias de construção de sentido presentes nos textos e práticas fotográficas. 2) Refletir sobre a fotografia enquanto objeto cultural e sensível, considerando suas formas de interação com o espectador. 3) Explorar as potencialidades narrativas da fotografia. 4) Analisar os desafios contemporâneos da fotografia digital e da inteligência artificial. 5) Estabelecer um diálogo crítico com as teorias pós-coloniais e políticas da imagem, considerando a participação das fotografias tanto na construção de discursos hegemônicos quanto na reconfiguração dos regimes de visibilidade. 6) Fomentar um espaço interdisciplinar para o estudo da fotografia, reunindo diálogos entre a perspectiva da semiótica e os desafios epistemológicos e metodológicos de pesquisa no campo.
Palavras-chave: Práticas fotográficas; narrativas visuais; regimes de visualidade.
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Daniela Nery Bracchi (UFPB)
Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Inovação Social, ambos da Universidade Federal de Pernambuco. Doutora em Semiótica pela USP e Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, desenvolve pesquisas sobre as intersecções da Educação e da Comunicação com o campo da Cultura Visual, Estética, Sensibilidade, Semiótica e Visualidade.
Thiago Moreira Correa (Unesp)
Doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Desenvolve pesquisa de pós-doutorado, intitulada Leitura multimodal nos muros da escola: desafios e oportunidades na Educação Básica (ProPe), na Unesp de Araraquara. Além disso, atua na formação de professore(a)s com projetos educacionais voltados à leitura de imagens e linguagens sincréticas.
Semiótica da fotografia: práticas e textos fotográficos
Daniela Nery Bracchi (UFPB), Thiago Moreira Correa (Unesp)
Semiótica da Publicidade: produção de sentido, estratégias e interações
Carlos Alfeld Rodrigues (PUC-SP), João Batista Simon Ciaco (ESPM)
As diversas manifestações da publicidade, nas mais variadas linguagens e suportes, constituem o campo para as pesquisas deste simpósio sob a fundamentação das teorias semióticas. Em suas múltiplas manifestações – seja na construção de campanhas, no branding, na articulação de narrativas de marca ou no uso de recursos visuais, verbais, sonoros e audiovisuais – a publicidade organiza sistemas de significação considerando as dinâmicas socioculturais contemporâneas. A proposta do presente simpósio é reunir as pesquisas que exploram a interface entre a publicidade e as teorias semióticas contemplando a análise de seus objetos em suas diversas materialidades (audiovisuais, gráficas, digitais ou outras) e suas implicações nos processos de produção de sentido. Justifica-se esta proposta pela crescente complexidade dos discursos publicitários que mobilizam diferentes linguagens, estratégias, plataformas e regimes de interação que organizam as práticas sociais, culturais e de consumo. A partir do encontro entre os objetos de análise da publicidade e as teorias semióticas, o simpósio pretende promover o debate crítico-reflexivo sobre os mecanismos de construção discursiva da publicidade investigando a organização estrutural de seus textos, as estratégias de persuasão, a construção de valores, identidades e visões de mundo. Os objetivos constituem-se em: 1) promover a troca de experiências e conhecimentos entre os pesquisadores que se dedicam à análise semiótica da publicidade; 2) estimular a reflexão sobre os modos de produção de sentido na publicidade contemporânea; 3) discutir novas abordagens teóricas e metodológicas aplicadas à investigação da publicidade; 4) explorar a relação entre a publicidade, a cultura e a sociedade a partir das interações estabelecidas e veiculadas nas mídias. Assim, convidam-se os pesquisadores interessados em discutir a publicidade sob a perspectiva semiótica a apresentarem propostas que contemplem a análise da publicidade nas diversas configurações, a estruturação narrativa, a organização discursiva, bem como a emergência de novas práticas comunicativas nos ambientes midiáticos. Além da análise dos objetos da área da publicidade, a realização deste simpósio é um convite à reflexão crítica sobre os sentidos produzidos e suas reverberações nas interações sociais contemporâneas.
Palavras-chave: Publicidade; semiótica; produção de sentido.
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Carlos Alfeld Rodrigues (PUC-SP | FEBASP | CPS)
Publicitário, mestre e doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Possui experiência em planejamento de campanhas e desenvolvimento de estratégias de comunicação. É professor do curso de Publicidade e Propaganda na PUC-SP e na Belas Artes. Pesquisador do Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS) com publicações científicas sobre a produção de sentido na publicidade audiovisual em diversas mídias. Coordenou a agência experimental AgênciaPUC Comunicação e, atualmente, coordena a Cápsula, a agência experimental da Belas Artes. Atuou como jurado do Prêmio POPAI Brasil em 2023 e 2024.
João Batista Ciaco (ESPM | CPS)
João Batista Ciaco é mestre em Administração (EAESP-FGV) e doutor em Comunicação e Semiótica (PUC-SP). Com larga experiência em branding, marketing e estratégia de negócios, foi CMO da Fiat Chrysler para o Brasil e América Latina, além de ter dirigido áreas de marketing na Kodak e Unilever. Hoje ocupa posição em conselhos de administração e é sócio das empresas de consultoria Oplano e Dolores. É também professor de branding da ESPM.
Semiótica da Publicidade: produção de sentido, estratégias e interações
Carlos Alfeld Rodrigues (PUC-SP), João Batista Simon Ciaco (ESPM)
Semiótica das paixões: do enunciado à enunciação
Eliane Soares de Lima (UFF), Giovanna Longo (Unesp)
Considerado um marco no percurso de desenvolvimento da proposta teórico-metodológica da Semiótica Discursiva, o estudo das paixões, de fato, abriu caminho para a compreensão e a descrição de domínios discursivos que antes não haviam sido considerados: a existência modal do sujeito narrativo, seus estados de alma, e não mais apenas o seu fazer; mas também a dimensão sensível e afetiva da significação, o que traz à cena a problemática da percepção, do corpo, da presença e seu campo de atuação, das modulações tensivas, do contágio, etc. A partir daí, passaram a interessar aos semioticistas tanto o exame das paixões no enunciado, com sua estrutura modal, ou da enunciação passional manifestada, quanto a investigação das paixões que emergem do discurso em ato, isto é, das condições discursivo-textuais de emergência das paixões e, adicionalmente, a sua força de convocação passional a partir do contato com os textos, quaisquer que sejam eles, verbais, não-verbais ou sincréticos. Seguindo essa perspectiva, a proposta temática deste simpósio é pôr em diálogo os princípios metodológicos clássicos da Semiótica das paixões com seus desenvolvimentos mais contemporâneos, que foram enriquecidos pelos aportes da semiótica tensiva, da sociossemiótica, da semiótica dos novos níveis de pertinência da análise (objetos-suportes, práticas, estratégias, formas de vida). Desse modo, serão aceitos tanto trabalhos que privilegiem questões teóricas diretamente relacionadas ao estudo semiótico das paixões e/ou dos afetos que as animam, quanto trabalhos de cunho mais analítico, pautados por um corpus específico. Em qualquer dos casos, o objetivo deverá ser o de mostrar a produtividade e a atualidade da investigação sistemática da dimensão passional dos textos — seja no interior de um enunciado, seja na dimensão da enunciação —, de sua força persuasiva, bem como das questões de análise que se colocam em termos de consolidação, avanços, refinamentos, limites e limiares das proposições feitas até então.
Palavras-chave: Paixão; afetividade; persuasão.
Línguas do simpósio: Português, francês, italiano e espanhol.
Eliane Soares de Lima (UFF)
Eliane Soares de Lima é docente do Departamento de Ciências da Linguagem e do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem da Universidade Federal Fluminense (UFF), bolsista do Programa Jovem Cientista do Nosso Estado (JCNE-FAPERJ), pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Semiótica e Discurso da UFF (SeDi-UFF), coordenadora do GT de Semiótica da Anpoll (biênio 2024-2025) e da Comissão Científica da Abralin (biênio 2025-2026).
Giovanna Longo (Unesp)
Giovanna Longo é docente do Departamento de Linguística, Literatura e Letras Clássicas e do Programa de Pós-Graduação em Linguística e Língua Portuguesa da Universidade Estadual Paulista (câmpus de Araraquara), atuando também no Programa de Mestrado Profissional em Letras (Profletras-CAPES), na linha de pesquisa "Teorias da Linguagem e Ensino", e como pesquisadora do Grupo LINCEU - "Visões da Antiguidade Clássica", do Grupo de Pesquisa em Semiótica da UNESP (GPS-UNESP) e do GT de Semiótica da Anpoll.
Sémiotique des passions : de l’énoncé à l’énonciation
Eliane Soares de Lima (UFF), Giovanna Longo (Unesp)
Considérée comme un jalon dans le développement de la proposition théorique et méthodologique de la sémiotique discursive, l’étude des passions a ouvert, en effet, la voie à la compréhension et à la description de domaines discursifs qui n’avaient pas été envisagés auparavant : l’existence modale du sujet narratif ; ses états d’âme, et non plus seulement son faire ; mais aussi la dimension sensible et affective du sens. Se posent alors les problèmes de la perception, du corps, de la présence et de son champ d'action, des modulations tensives, de la contagion, etc. Dès lors, les sémioticiens se sont intéressés à l’examen des passions dans l’énoncé, avec leur structure modale, de même qu’à l'énoncé passionnel manifesté, et aussi à l’examen des passions qui se dégagent du discours en acte, c’est-à-dire, des conditions discursives-textuelles dans lesquelles émergent les passions et, en outre, leur pouvoir de convoquer les passions au contact des textes quels qu'ils soient, verbaux, non-verbaux ou syncrétiques. Dans cette perspective, la proposition thématique de ce symposium est de mettre en dialogue les principes méthodologiques classiques de la sémiotique des passions avec ses développements plus contemporains, enrichis par les apports de la sémiotique tensive, de la socio-sémiotique et de la sémiotique des nouveaux niveaux de pertinence de l’analyse (objets-supports, pratiques, stratégies, formes de vie). Ainsi, seront acceptées aussi bien des communications portant sur des questions théoriques directement liées à l’étude sémiotique des passions et des affects qui les animent, que des communications plus analytiques, basées sur un corpus spécifique. Dans les deux cas, l’objectif doit être de montrer la productivité et la pertinence d'une étude systématique de la dimension passionnelle des textes — au sein d’un énoncé ou en termes d'énonciation. Il est important de souligner la force persuasive d’une telle étude, ainsi que les questions d’analyse qui se posent en termes de consolidation, d’avancées, d’affinements, de limites et de seuils des propositions faites jusqu’à présent.
Mots-clés : Passion ; affectivité ; persuasion.
Langues du symposium : portugais, français, italien et espagnol.
Semiótica das paixões: do enunciado à enunciação
Eliane Soares de Lima (UFF), Giovanna Longo (Unesp)
Semiótica das práticas de vida
Ana Claudia de Oliveira (PUC-SP), Rodrigo Severino Neiva (CPS)
O Simpósio centra-se no conceito de interação em relação com os processos de construção e de apreensão do sentido. A perspectiva teórica e metodológica é a da semiótica estrutural, mais especificamente, da sociossemiótica desenvolvida por Eric Landowski. Habitantes da urbe são sujeitos cujas interações adquirem sentido e, por conseguinte, podem ser analisadas tanto em testemunhos midiáticos, quanto in vivo, mediante a observação de situações e interações pertencentes ao dia a dia da cidade. O Simpósio acolherá, portanto, estudos da maior diversidade de práticas. Por exemplo, as da mobilidade urbana: qual a forma de copresença vivida entre viajantes no metrô? Será a mesma que no ônibus? E qual o modo de se relacionar entre ciclistas, automobilistas, pedestres, etc.? O Simpósio abrange também as práticas de consumo, de esporte, de entretenimento, assim como alimentares, religiosas, culturais, etc. Isso implica em cada caso a consideração do lugar de encontro, no qual a interação “faz sentido”: a rua, a loja, a feira, o mercado, o shopping, o estádio, o museu, a igreja, o restaurante, o boteco, a praça, etc. Para nós, esses espaços representam outras tantas cenas nas quais se constrói diferentemente o sentido do “viver juntos”. Nosso objetivo é entender melhor, em termos semióticos, os processos interacionais que estão aí em jogo.
Palavras-chave: Semiótica; regimes de interação e sentido; práticas de vida.
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Ana Claudia de Oliveira (PUC-SP:FAFICLA-PPGCOS | CPS)
É Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP: FAFICLA. Dirige pesquisas e ministra disciplinas no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, no eixo teórico da Semiótica Discursiva e na Graduação de Letras: Língua Portuguesa e Tradução Inglês e Português. Seus interesses concentram-se nos discursos das mídias, do corpo e da moda, das artes, do espaço urbano e das práticas de vida. Participa de várias associações como ABES, ANPAP, ASSIBERCOM, FEDROS. É Diretora da Revista Acta Semiotica; parecerista de várias agências e revistas científicas. Co-dirige o Centro de Pesquisas Sociossemióticas – CPS com Eric Landowski com uma rede de pesquisadores de várias instituições brasileiras, do Peru, França e Itália. Editou e publicou muitas coletâneas entre as quais destaca: As interações sensíveis. Ensaios entorno da obra de Eric Landowski (2013), Práticas de vida São Paulo e Roma (2017), Sociossemiótica - Tomos de I a IV (2021) e Semiótica engajada (2023) todos pela Estação das Letras e Cores. Vitrinas acidentes estéticas na cotidianidade (2002) pela EDUC.
Rodrigo Severino Neiva (CPS)
Consultor em Gastronomia/Centro de Pesquisas Sociossemióticas – CPS. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP: PPG em Comunicação e Semiótica. Graduado em Comunicação Social, Especialista em Gestão Estratégica de Marketing e Mestre Comunicação Social, com área de concentração em Interações Midiáticas pela PUC Minas. Foi coordenador dos cursos de Comunicação Social da USJT, professor dos cursos de Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas. Foi Membro da Diretoria Acadêmica do Grupo Anima Educação e também Professor dos cursos de Administração e Comércio Exterior do Centro Universitário Una. Foi Diretor do Instituto de Comunicação e Design do UniBH e professor do Curso de Publicidade e Propaganda. Foi responsável pela Diretoria de Integração Curricular na Vice-presidência Acadêmica da Anima Educação. Atua como Consultor em Gastronomia. É Pesquisador do Centro de Pesquisas Sociossemioticas – CPS.
Debatedor convidado: Eric Landowski (CNRS | CPS)
É pesquisador associado CNRS-Sciences Po. Redator-chefe da revista Acta Semiotica. Co-dirige o Centro de Pesquisas Sociossemiótica-CPS e é professor convidado da Universidade de Vilnius e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Entre suas principais publicações estão: A sociedade refletida (Educ-Pontes,1992); Presenças do outro (Perspectiva, 2002); Passions sans nom (P.U.F., 2004) e Les interactions risquées (PULIM, 2005), além de um grande número de artigos em várias línguas.
Semiótica das práticas de vida
Ana Claudia de Oliveira (PUC-SP), Rodrigo Severino Neiva (CPS)
Semiótica e educação: práticas e presenças em espaços pedagógicos
Daniervelin Renata Marques Pereira (UFMG), Luciana Maria Crestani (UPF)
Este simpósio, inserido da temática “Presenças” proposto pela ABES 2025, abre-se como lugar de discussão para trabalhos sobre semiótica e educação que se orientam na direção (a) de uma semiótica aplicada à problemática do ensino, abordando, por exemplo, a questão da transposição didática; (b) de perspectivas de didatização da semiótica em vários contextos de ensino e aprendizagem; c) de análises da organização de textos e discursos pedagógicos; d) de percursos históricos e geográficos trilhados pela teoria frente à temática; (e) da mobilização de outras disciplinas postas em diálogo diante da complexidade de aspectos que dizem respeito à educação; (f) de discursos midiáticos que configuram temas de discussão nos espaços escolares, a exemplo dos discursos de intolerância e as fake news; (g) de trabalhos que acenam para trajetos ainda em construção, especialmente tendo em vista documentos oficiais que orientam a educação, como a BNCC. O simpósio se abre ainda para discussões sobre abordagens teóricas da semiótica discursiva, aproveitando contribuições greimasianas e pós-greimasianas, na construção de um projeto de semiótica didática inscrito numa semiótica geral. Pretende, ainda, reunir trabalhos que mostrem aplicações dessa semiótica em projetos de ensino inseridos em programas apoiados por políticas públicas, como PROFLETRAS, PIBID e Residência Pedagógica. Tendo em vista os desafios da atualidade, também serão bem-vindas propostas que versem sobre uso de Inteligência Artificial e de outras tecnologias no campo educacional. Nesse sentido, o simpósio propõe-se a fazer convergir, ainda que pelo dissenso, reflexões sobre diferentes caminhos e perspectivas tanto para o ensino quanto para a própria semiótica, justificando-se pela importância desses estudos para as áreas de Linguagens e Educação.
Palavras-chave: Semiótica didática; linguagens; educação.
Línguas do simpósio: Português, francês e espanhol.
Daniervelin Renata Marques Pereira (UFMG)
Docente da Faculdade de Letras na UFMG, vinculada aos Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos e PROFLETRAS/UFMG. Realizou pós-doutorado em 2024 na Université de Liège e na UFF sobre semiótica didática e didática da semiótica. É doutora em Semiótica e Linguística Geral pela USP, com período-sanduíche na Université Paris 8, mestre em Linguística Aplicada e graduada em Letras-Licenciatura Português/Francês pela UFMG. Atua em estudos do texto e discurso a partir de perspectivas da semiótica discursiva, interessando-se especialmente pelos estudos do discurso pedagógico.
Luciana Maria Crestani (UPF)
Docente no Programa de Pós-Graduação em Letras e no Curso de Letras da Universidade de Passo Fundo. Realizou estágio pós-doutoral na Unesp, campus Marília, com foco em estratégias de leitura e formação de professores. É doutora em Letras pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo e graduada em Letras pela mesma universidade. Atua nas linhas de pesquisa Constituição e Interpretação do Texto e do Discurso, Leitura e Formação do Leitor, desenvolvendo estudos com base na semiótica greimasiana e suas vertentes.
Sémiotique et éducation : pratiques et présences dans les espaces pédagogiques
Daniervelin Renata Marques Pereira (UFMG), Luciana Maria Crestani (UPF)
Ce colloque, qui s'inscrit dans le thème « Présences » proposé par l'ABES 2025, s'ouvre comme lieu de discussion pour des travaux sur la sémiotique et l'éducation qui s'orientent vers (a) la sémiotique appliquée à la problématique de l'enseignement, en abordant, par exemple, la question de la transposition didactique ; (b) perspectives sur l’enseignement de la sémiotique dans divers contextes d’enseignement et d’apprentissage ; c) analyses de l’organisation des textes et des discours pédagogiques ; d) les parcours historiques et géographiques suivis par la théorie par rapport au thème ; e) la mobilisation d’autres disciplines mises en dialogue au vu de la complexité des aspects liés à l’éducation ; (f) les discours médiatiques qui configurent les sujets de discussion dans les espaces scolaires, tels que les discours d’intolérance et les fausses nouvelles ; (g) des œuvres qui indiquent des chemins encore en construction, notamment au vu des documents officiels qui guident l'éducation, comme le BNCC (au Brésil). Le colloque s’ouvre également à des discussions sur les approches théoriques de la sémiotique discursive, tirant parti des apports greimassiens et post-greimassiens, dans la construction d’un projet de sémiotique didactique inscrit dans une sémiotique générale. Il vise également à rassembler des travaux qui montrent des applications de cette sémiotique dans des projets d'enseignement inclus dans des programmes soutenus par des politiques publiques, tels que PROFLETRAS, PIBID et Résidence Pédagogique (au Brésil). Compte tenu des défis actuels, les propositions portant sur l’utilisation de l’intelligence artificielle et d’autres technologies dans le domaine éducatif seront également les bienvenues. En ce sens, le colloque vise à rassembler, même de manière dissidente, des réflexions sur des voies et des perspectives différentes tant pour l’enseignement que pour la sémiotique elle-même, justifiées par l’importance de ces études pour les domaines des Langages et de l’Éducation.
Mots-clés : Sémiotique didactique; langages; éducation
Langues du symposium : portugais, français et espagnol.
Semiótica e educação: práticas e presenças em espaços pedagógicos
Daniervelin Renata Marques Pereira (UFMG), Luciana Maria Crestani (UPF)
Semiótica e pensamento contemporâneo
André Corrêa da Silva de Araujo (UFRGS), Bruno Pinto Bueno Leites (UFRGS)
O presente simpósio visa discutir de que forma o pensamento semiótico fundamenta, se traduz e auxilia a compreender, de um ponto de vista analítico e epistêmico, correntes teóricas e temas de pesquisa contemporâneos. Ainda que muitas vezes não seja diretamente nomeado, o pensamento semiótico opera como um importante articulador de diversas tendências majoritárias engajadas em uma compreensão mais alargada do presente. Seja do ponto de vista de um substrato epistêmico, como nas filosofias francesas em continuidade com o estruturalismo e o pós-estruturalismo, seja nas discussões mais tematizadas acerca do gênero e da sexualidade, da produção e transformação das linguagens, da emergência de novas tecnologias, dos discursos nas ciências e da crise climática, das disputas políticas e do negacionismo, o pensamento semiótico parece se insinuar não apenas como um operador pertinente para essas elaborações, muitas vezes invisibilizado como substrato, mas também como uma ferramenta heurística capaz de navegar e produzir um alargamento na compreensão tanto de correntes teóricas contemporâneas como dos fenômenos por elas estudados. Dessa forma, o presente simpósio justifica-se como um fórum de investigação e discussão das variações pelas quais o pensamento semiótico atravessou ao longo de sua história e das formas em que se traduz no ambiente teórico contemporâneo. Parte de um conjunto de perspectivas de pesquisadores e pesquisadoras contemporâneas que demonstram, através de seus trabalhos, como há na semiótica e sua história uma vasta elaboração conceitual que reafirma sua pertinência epistêmica, ontológica e heurística para a compreensão de fenômenos próprios do presente. Objetiva-se no simpósio receber trabalhos que discutam os fundamentos semióticos do pensamento de teóricos e teóricas contemporâneas e a forma pela qual tal pensamento se enriquece quando seus pressupostos semióticos são destacados e delimitados. Também objetiva-se receber trabalhos que discutam pontualmente temas contemporâneos usando uma abordagem semiótica, tendo em foco sua pertinência analítica e epistêmica, para a compreensão de fenômenos tratados em variados campos do saber. Serão aceitos trabalhos que versem sobre os temas:
- Fundamentos semióticos de teorias contemporâneas;
- Atravessamentos semióticos em distintos campos do saber (antropologia, história, filosofia, política, sociologia, etc.)
- Semiótica e novas tecnologias (IA, redes sociais, estudos de mídia);
- Semiótica e gênero, teoria queer e estudos trans;
- Semiótica e estudos raciais e decoloniais;
- Semiótica e Antropoceno;
- Semiótica e política
- Estudos de cinema, audiovisual e sonoridades contemporâneos;
- Estudos semióticos em literatura contemporânea
- Demais trabalhos que discutam a influência e pertinência da semiótica no pensamento e fenômenos contemporâneos.
Palavras-chave: Semiótica; contemporâneo; teoria.
Línguas do simpósio: Português; inglês; espanhol.
André Corrêa da Silva de Araujo (PPGCOM/UFRGS)
André Corrêa da Silva de Araujo é Doutor em Comunicação e Informação pelo PPGCOM-UFRGS. Tem título de Mestre pela mesma instituição, onde também graduou-se em Comunicação Social. Vinculado ao Diretório CNPq Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação, e membro do GPESC desde 2009. É associado da Associação Práticas e Pesquisas em Humanidades (APPH), onde desenvolve práticas de pesquisa, ensino e extensão. É membro fundador do GPEP (Grupo de Pesquisa em Ecologia das Práticas), desde 2016. Tem experiência de pesquisa no temas de Teorias da Comunicação, Semiótica, Estudos de Mídia, Estudos Literários, Cinema, Filosofia da Comunicação e Estudos Ambientais/Ecologia.
Bruno Pinto Bueno Leites (DECOM | PPGCOM UFRGS)
Autor de 'Cinema, Naturalismo, Degradação: Ensaios a partir de filmes brasileiros dos anos 2000' (Ed. Sulina, 2021). Doutor em Comunicação pelo PPGCOM/UFRGS. Foi professor nos cursos de 'Cinema e Audiovisual' e de 'Cinema de Animação' na Universidade Federal de Pelotas, e nos cursos da área de produção multimídia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, campus Alvorada. Atualmente é coordenador do GPESC (Grupo de Pesquisa Semiótica e Culturas da Comunicação) e do GPAGI (Grupo de Pesquisa Agenciamentos da Imagem).
Semiótica e pensamento contemporâneo
André Corrêa da Silva de Araujo (UFRGS), Bruno Pinto Bueno Leites (UFRGS)
Semiótica e Publicidade: o encontro de dois campos
Sandro Tôrres de Azevedo (UFRJ), Guilherme Nery Atem (UFF)
A Publicidade é um fato social há alguns séculos, mas se tornou um campo científico há apenas algumas décadas. Com isso, mais do que mero objeto de análise, a Publicidade hoje se firma como campo de conhecimento, articulando os elementos, as práticas e os processos, mas também os saberes, as competências, as habilidades, as metodologias e as teorias, tanto quanto os atores, os agentes e as instituições que organizam um sistema que, mesmo permeável a outros campos (como naturalmente todos os campos são), arquiteta um universo particular de ocorrências e recorrências. Assim, na forma de fenômeno científico, a Publicidade se insere num circuito complexo de produção de sentido, de modo que as interfaces entre a Publicidade e a Semiótica são capazes de aprofundar conceitos já estabelecidos e, com potência, trazer à tona novas formulações sobre a produção de significações. Outro aspecto a ser sublinhado é o fato de o campo científico da Publicidade se manter aberto e receptivo a diferentes articulações teórico-metodológicas, com todas as correntes e abordagens semióticas. Dessa maneira, os objetivos gerais do simpósio “Semiótica e Publicidade: o encontro de dois campos” incluem a convergência dos saberes das duas áreas, com a finalidade de reunir e promover o progresso da propedêutica decorrente da fecunda interdisciplinaridade inerente ao seu encontro. Inserem-se nesta proposição as análises das lógicas, linguagens, expressões, discursividades e narratividades dos mais diferentes objetos plurimidiáticos próprios da comunicação persuasiva de marcas (tomando-se aqui o conceito estendido de “marcas”, que as considera como en-tes de qualquer natureza, seja corporativa, governamental, não-governamental, político-ideológico e até pessoas célebres), mas também a lógica dos mecanismos do fazer persuasivo – estes, inequivocadamente, também semióticos.
Palavras-chave: Semiótica; Publicidade; Propaganda.
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Sandro Tôrres de Azevedo (UFRJ | Fiocruz)
Professor adjunto da ECO/UFRJ e professor permanente do PPGICS/Fiocruz, doutor em Estudos de Linguagem (PPGEL/UFF), líder dos GPs PESSOA-UFRJ e REC-UFF, membro dos GPs PUBCOMTEC-UFRJ e SEDI-UFF e coor-denador do COMPASSO-ECO/UFRJ.
Guilherme Nery Atem (UFF)
Professor associado do IACS/UFF, doutor em Comunicação e Cultura (PPG-COM/UFRJ), com pós-doutorado em Letras/Linguística (PPLIN/UERJ), vice-presidente da ABP2, líder do GP REC-UFF, membro do GP PESSOA-UFRJ e foi membro da diretoria da ABES (2015/2017).
Semiótica e Publicidade: o encontro de dois campos
Sandro Tôrres de Azevedo (UFRJ), Guilherme Nery Atem (UFF)
Semiótica e enunciação audiovisual
Bruno Jareta de Oliveira (Unesp), Henrique da Silva Pereira (Unesp)
Este simpósio propõe uma reflexão sobre a enunciação audiovisual a partir da semiótica discursiva de linha francesa, tomando a instância enunciativa como elemento central para articular as categorias actanciais e espaciotemporais na produção de sentido. Nessa perspectiva, o sincretismo de linguagens e os procedimentos de figurativização são compreendidos como invariantes fundamentais da enunciação audiovisual, evidenciando como diferentes recursos expressivos se integram para construir significados. Partimos do pressuposto de que o audiovisual combina diferentes sistemas de representação – sonoros e visuais – de modo a criar uma linguagem única, profundamente vinculada à experiência sensível e cognitiva do “mundo natural”. A justificativa para este simpósio reside no fato de que, mesmo transcorridos pouco mais de cem anos desde o surgimento do cinema, a linguagem audiovisual tornou-se onipresente na cultura midiática contemporânea. Entretanto, sua complexidade algumas vezes é apresentada em a abordagens técnicas ou históricas. Nessa esteira, uma leitura imanente, apoiada em conceitos semióticos como figurativização, sincretismo e projeção de pessoa, espaço e tempo, pode revelar arranjos enunciativos capazes de tanto reforçar quanto subverter valores e ideologias e aprofundar o conhecimento do campo. Dessa forma, amplia-se a compreensão não apenas de como o audiovisual produz significados, mas também de como esses sentidos circulam e se arraigam nas formas culturais. Com isso, objetivamos: (1) discutir a relevância da abordagem sincrética na análise da enunciação audiovisual, mostrando como as linguagens visuais e sonoras se interpenetram para construção de sentido; (2) evidenciar a importância da figurativização enquanto processo que ancora os discursos em elementos icônicos, reforçando o efeito de referencialidade e reconhecimento pelo enunciatário; (3) analisar como esses mecanismos enunciativos organizam a narrativa audiovisual; e (4) promover um aprofundamento sobre a gramática específica da linguagem audiovisual. A proposta, assim, almeja contribuir para o avanço dos estudos do audiovisual, permitindo que se compreenda de forma mais sistemática a “programação” semiótica subjacente às obras fílmicas, televisivas, publicitárias, entre outras, no campo da linguagem audiovisual. Ao evidenciarmos as relações entre o visível e o sonoro pretendemos fomentar reflexões críticas sobre como o audiovisual instaura seus contratos de sentido, ampliando o debate em torno das práticas culturais, comunicacionais e artísticas.
Palavras-chave: Enunciação audiovisual, figurativização, sincretismo.
Línguas do simpósio: Português, inglês e espanhol.
Bruno Jareta de Oliveira (Unesp)
Docente da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design, em Bauru, e professor colaborador do Programa de Pós-graduação em Mídia e Tecnologia da mesma instituição. Doutor e mestre em Comunicação pela Unesp, graduado em Comunicação Social: Radialismo, lidera o GEA - Grupo de Estudos do Audiovisual.
Henrique da Silva Pereira (Unesp)
Doutor em Comunicação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pesquisa temas relacionados à linguagem audiovisual, inteligência artificial e semiótica discursiva. Coordenador do ateliê de Estudos Audiovisuais do Centro de Pesquisas Sociossemióticas (PUC/SP: COS, USP:FFLCH e CNRS:FNSP), líder do grupo de pesquisa GEA (Grupo de Estudos Audiovisuais, UNESP). É Coordenador dos cursos de graduação em Comunicação, Cinema e Design no Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio.
Semiótica e enunciação audiovisual
Bruno Jareta de Oliveira (Unesp), Henrique da Silva Pereira (Unesp)
Semiótica na América Latina: estado da arte e tendências (FELS)
Clotilde Perez (USP), Bruno Pompeu (USP)
A Federação Latino-americana de Semiótica (FELS) é uma instituição científica que reúne Associações e pesquisadores das diferentes linhas teóricas da Semiótica, integrando as produções dos distintos países da América Latina, Portugal, Espanha, França e Itália. Desde o início, a presença dos países europeus citados se justificou pelos laços linguísticos, pelas referências bibliográficas e de formação de boa parte dos investigadores do campo. O diálogo interatlântico, no passado centrado na transferência de conhecimento da Europa para América Latina, hoje já se encontra em um caminho mais em diálogo partilhado, com as pesquisas dos investigadores da América Latina proporcionando novas perspectivas teóricas com abordagens interdisciplinares, inovações metodológicas e enriquecimento pela diversidade temática, sempre em viés crítico, em um caminho descolonial consequente, responsável e propositivo. As fontes da pesquisa serão baseadas nos trabalhos apresentados nos distintos congressos FELS na última década, os artigos publicados nas revistas DeSignis e Cruzeiro Semiótico (ambos periódicos FELS) e nas publicações endossadas pelas diferentes associações nacionais de semiótica, como a ABES, AAS, AES e outras. O simpósio “Semiótica na América Latina: estado da arte e tendências” apresentará o mapeamento geral das principais pesquisas semióticas na América Latina, evidenciando aspectos teóricos, metodológicos e temáticos recorrentes. A partir deste mapeamento, oferecerá reflexões que apontam para as principais tendências e seus impactos potenciais no desenvolvimento futuro do campo científico.
Palavras-chave: FELS; Semiótica; América Latina
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Clotilde Perez (USP)
Professora titular de Semiótica da Escola de Comunicações e Artes da USP. Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC SP. Diretora da ECA USP. Presidente da Federação Latino-americana de Semiótica – FELS (2024-2028). Autora de Charles S. Peirce: A Fixação da Crença (2023); Há limites para o Consumo (2020) entre outros.
Bruno Pompeu (USP)
Doutor e mestre em Ciências da Comunicação pela ECA USP. Professor e coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da ECA USP. Secretário geral da Federação Latino-americana de Semiótica – FELS (2024-2028).
Semiótica na América Latina: estado da arte e tendências (FELS)
Clotilde Perez (USP), Bruno Pompeu (USP)
Semiótica visual
Marc Barreto Bogo (UPM), Luciana Chen (SENAC-SP)
As linguagens visuais assumem um papel predominante na contemporaneidade, perpassando várias práticas de criação e de leitura de imagens de diferente natureza. A visualidade impõe sua presença em diversos tipos de manifestação: nas práticas artísticas, nos projetos de design, nas produções audiovisuais, nas imagens da inteligência artificial, nas produções da moda, nos equipamentos culturais, nas construções arquitetônicas, nas imagens das redes sociais, nos anúncios publicitários, nas fotografias jornalísticas, nas poesias visuais etc. Essas várias presenças da visualidade instauram processos interacionais entre os sujeitos que veem e os vários objetos estéticos com que entram em interação. Em meio a tantas manifestações de ordem visual, a semiótica se apresenta como uma abordagem potente e já consolidada para a análise da apreensão e leitura das imagens e linguagens visuais contemporâneas. Este simpósio acolherá tanto análises de manifestações visuais de diversas naturezas, quanto discussões teórico-metodológicas voltadas ao campo visual. O simpósio aceita contribuições que assumam o arcabouço teórico e metodológico da semiótica plástica, da semiótica discursiva e/ou sociossemiótica, desdobrando os estudos da plasticidade e figuratividade iniciados por Jean-Marie Floch e Félix Thürlemann, assim como os estudos da estesia de Ana Claudia de Oliveira e dos regimes de interação, risco e sentido de Eric Landowski. Também serão aceitas propostas que adotem outras abordagens semióticas ou fundamentadas em outras áreas de construção do saber, desde que coloquem em primeiro plano a discussão dos fenômenos visuais. O consumo midiático quotidiano, que se realiza cada vez mais como um processo de trânsito entre várias semióticas, bem como o ganho de relevância das linguagens visuais e suas novas e aceleradas modalidades de produção, justificam a discussão proposta para esse simpósio. O objetivo geral é discutir o estatuto semiótico das manifestações visuais hodiernas e os processos interacionais com as imagens, bem como ampliar a difusão das metodologias e abordagens teóricas que podem ser empregadas em suas análises.
Palavras-chave: Semiótica visual; regimes de interação; produção de sentido
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Marc Barreto Bogo (UPM | CPS)
Professor doutor no Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor de pós-graduação na Belas Artes de São Paulo e pesquisador no Centro de Pesquisas Sociossemióticas. É bacharel em design gráfico pela Universidade do Estado de Santa Catarina, mestre em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutor em comunicação e semiótica pela mesma instituição, em dupla titulação com a Université de Limoges. Realizou recentemente pós-doutorado na Università di Roma “La Sapienza”, pesquisando exposições de design em abordagem semiótica.
Luciana Chen (Senac SP | CPS)
Doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, especialista em Museologia pelo Curso de Especialização em Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, licenciada em Educação Artística e bacharel em Desenho Industrial com habilitação em Comunicação Visual pela Fundação Armando Álvares Penteado. Coordena e leciona nos cursos de Bacharelado em Design e em Tecnologia em Design Gráfico do Centro Universitário Senac e pesquisa visualidades e regimes interações fundamentados na semiótica.
Semiótica visual
Marc Barreto Bogo (UPM), Luciana Chen (SENAC-SP)
Semiótica, intermidialidade e multimodalidade: signo, mídias e modos
Ana Cláudia Munari Domingos (UNISC/CNPq), Miriam de Paiva Vieira (UFSJ/CNPq)
Na contemporaneidade, as fronteiras entre as mídias tornam-se cada vez mais tênues, fazendo ver a presença de uma mídia em outra em diferentes manifestações, entre a alusão, a referência, a imitação, o empréstimo, muitas vezes resultando em produções culturais híbridas que exigem novas abordagens analíticas. Este simpósio temático propõe uma reflexão sobre as interações entre os diferentes sistemas de signos, de mídias e de modos de expressão. Enquanto ciência que estuda os signos e os processos de significação, a Semiótica oferece ferramentas para compreender como os elementos sígnicos se articulam na construção de sentidos (Umberto Eco, 1980). Tomando de empréstimo conceitos da Semiótica, a intermidialidade, por sua vez, investiga as relações entre as mídias, também na direção de compreender a complexidade de seu significado. Em seu modelo para análise das mídias, Lars Elleström (2010, 2021) oferece uma base para compreender essas interações a partir das modalidades das mídias na mediação e na percepção dos signos, colaborando para os estudos de multimodalidade. Diante desse cenário, torna-se necessário expandir e complexificar os estudos que integram Semiótica, Intermidialidade e Multimodalidade, de modo a compreender as dinâmicas de significação nas produções culturais contemporâneas. Nesse sentido, este simpósio acolhe trabalhos que tenham como objetivo: explorar a presença de diferentes mídias em produtos midiáticos a partir das interações entre diferentes sistemas de signos nas práticas culturais contemporâneas, analisando as estratégias dos fenômenos intermidiais e multimodais na construção de sentido; investigar as contribuições da Semiótica para a compreensão das relações entre as mídias e os modos de expressão; contribuir para os estudos de Intermidialidade e Multimodalidade a partir das teorias da Semiótica; promover o diálogo interdisciplinar entre essas áreas e outras afins. A intenção, assim, é congregar pesquisadores que abordem concepções integradas entre Semiótica, Intermidialidade e Multimodalidade para a análise dos fenômenos culturais em amplo espectro - artes como literatura, performance e arquitetura, jornalismo, redes sociais, etc - e também processos técnicos e tecnológicos de mediação e remediação (Bolter & Grusin, 2000).
Palavras-chave: Semiótica visual; regimes de interação; produção de sentido
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol.
Ana Cláudia Munari Domingos (UNISC/CNPq)
Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras, Unisc. Bolsista de Produtividade em Pesquisa CNPq/PQ2. Doutora em Teoria da Literatura, PUCRS, com pós-doutoramento no Linnaeus University Center for Intermedial and Multimodal Studies, Suécia, (2018/2019). Líder do GP Leitura Comparada das Mídias (CNPq) e integrante do Intermídia (CNPq). Membro da International Society for Intermedial Studies e do GT Anpoll Intermidialidade: Literaturas, Artes e Mídias. Coordenou a publicação de Midialidade: ensaios sobre Comunicação, Semiótica e Intermidialidade, de Lars Elleström (Edipuc, 2017).
Miriam de Paiva Vieira (UFSJ/CNPq)
Professora do Departamento de Letras, Artes e Cultura e coordenadora do PPG Letras, UFSJ. Bolsista Produtividade CNPq/PQ2. Doutora em Estudos Literários, Poslit/FALE/UFMG, com mobilidade na Lunds Universitet, Suécia. Realizou pós doutoramento na Universidade Católica de Lublin, Polônia. Coordenadora do GT Anpoll Intermidialidade: Literaturas, artes e mídias, membro do conselho da International Society for Intermedial Studies, e dos Grupos de Pesquisa “Intermídia” e “Leitura Comparada das Mídias” (CNPq). Entre suas publicações, destaca-se a coedição do The Palgrave Handbook of Intermediality (2024).
Semiótica, intermidialidade e multimodalidade: signo, mídias e modos
Ana Cláudia Munari Domingos (UNISC/CNPq), Miriam de Paiva Vieira (UFSJ/CNPq)
Shakespeare intermidiático e pós-colonial
Thaïs Flores Nogueira Diniz (UFMG), Clara Matheus Nogueira (UFCG)
Este simpósio visa aos estudos sobre Shakespeare e suas reescritas literárias e/ou intermidiáticas no contexto poscolonial. Serão aceitos trabalhos que abranjam as relações, tópicos e questões tradicionalmente investigados pelos estudos intermidiáticos mas que sejam também associados ao contexto pós-colonial. Assim, serão aceitos trabalhos relacionados às “sobrevidas” -- na literatura, no teatro, no cinema e nas outras artes e mídias --- das peças A Tempestade e Otelo, em histórias de recepção nas várias partes do mundo anteriormente colonizadas. Situam-se aí tanto os objetos culturais cujo estatuto artístico vê-se questionado pela crítica mais conservadora quanto as produções que se manifestam não só como textos literários e/ou dramáticos, espetáculos teatrais e filmes, mas também em forma de pinturas, gravuras, ilustrações, instalações e composições musicais, produzidas em países anteriormente colonizados, ou nas próprias metrópoles. Em ambos os casos o objetivo é a denúncia: os primeiros contra o colonialismo dos séculos XIX e XX, e os mais recentes, engajados nas lutas contemporâneas e em recepções não ocidentais, quando o estudo de Shakespeare tornou-se mais global e mais cosmopolita. Nestes, as questões sobre colonialismo, império e suas consequências deram lugar a lutas materiais pela igualdade racial, econômica, social e de gênero, incluindo-se aqui novas reescritas em todas as mídias tanto na própria Inglaterra como no resto do mundo.
Palavras-chave: Shakespeare; intermidialidade; pós-colonialismo
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol
Thaïs Flores Nogueira Diniz (UFMG)
Possui mestrado em Inglês pela UFMG; doutorado em Literatura Comparada UFMG/Indiana Bloomington E.U.A e pós-doutorado na Queen Mary College, University of London. É professora associada, aposentada, na FALE/UFMG, onde atua como professor colaborador no Programa de pós-graduação em Estudos literários. Interesses: literatura e outras artes e mídias, intermidialidade, estudos pós-coloniais, transposição intermidiática, William Shakespeare e drama contemporâneo. Publicou no Brasil e no exterior; organizou várias coletâneas e coordena o Grupo de Pesquisa Intermídia/CNPq.
Clara Matheus Nogueira (UFCG)
Professora adjunta de Literaturas de Língua Inglesa na UFCG. Doutora em Estudos Literários pela UFMG (2023). Possui graduação em Letras - Inglês (2014) e mestrado em Estudos Literários (2017) pela mesma instituição. Integra o grupo de pesquisa Intermídia: Estudos sobre a Intemidialidade (certificado pelo CNPq). É associada ao IAWIS: International Association of Word and Image Studies e a AAS: Association of Adaptation Studies. Atua principalmente nos seguintes temas: Shakespeare, intermidialidade, adaptação e mídias digitais.
Shakespeare intermidiático e pós-colonial
Thaïs Flores Nogueira Diniz (UFMG), Clara Matheus Nogueira (UFCG)
Estereótipos e Ideologias no Contexto das Inteligências Artificiais Generativas [IAGs]
Maria Giulia Dondero (F.R.S.-FNRS/ULiège), Massimo Leone (University of Turin)
As bases de dados de treinamento das IAGs, como Midjourney e DALL•E, compostas por bilhões de pares texto-imagem, carregam estereótipos relacionados a raça, gênero, profissões, idades, entre outros. Esses estereótipos são então reproduzidos para os usuários dos modelos de tradução automática de texto para imagem, amplificando sua presença no cenário digital. Na primeira parte do nosso painel, analisaremos as correspondências estabelecidas entre palavras e imagens nas IAGs, estudando como essas associações refletem ideologias subjacentes. Na segunda parte, examinaremos como essas IAGs influenciam a teorização da imagem. Este painel tem dois objetivos: 1. Identificar e estudar os estereótipos veiculados pelas IAGs, como Midjourney e DALL•E, na tradução automática de texto para imagem. 2. Analisar as transformações que essas IAGs implicam nos trabalhos científicos em semiótica visual, humanidades digitais e estudos visuais.
Palavras-chave: Inteligência artificial generativa; imagem; estereótipo
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês
Maria Giulia Dondero (F.R.S.-FNRS/ULiège)
Maria Giulia Dondero, PhD, is a Research Director of the National Belgian Fund for Scientific Research (F.R.S.-FNRS) and Professor at the University of Liège. She has been the President of the International Association for Visual Semiotics (IAVS/AISV) since 2023 and on the Board of the French Association for Semiotics (AFS). She is the author/co-author of five books, including Semiotics of Images. Analysis of pictorial texts, 2024, De Gruyter and De la peinture aux Big Visual Data, Paris, Hermann Éditions, 2020 (English augmented version: The Language of Images. The Forms and the Forces, Cham, Springer, 2020). Maria Giulia has published around 100 peer-reviewed articles in French, English, Italian; some of her works have been translated into Spanish, Portuguese, Polish. She has directed 40 collective works and special issues on semiotic theory of visual language, scientific and artistic images, photography, and the relation between Big Data and Artificial Intelligence. She has acted as Visiting Professor or Research at several universities (Mexico, Brazil, Tunisia, France, Italy, US).
Massimo Massimo Leone (University of Turin)
Massimo Leone is Professor of Philosophy of Communication, Cultural Semiotics, and Visual Semiotics at the Department of Philosophy and Educational Sciences, University of Turin, Italy, part-time Professor of Semiotics in the Department of Chinese Language and Literature, University of Shanghai, China, associate member of Cambridge Digital Humanities, University of Cambridge, Director of the Institute for Religious Studies at the “Bruno Kessler Foundation”, Trento, and Adjunct Professor at the University of Caracas, Venezuela. He has been visiting professor at several universities in the five continents. He has single-authored fifteen books, edited more than sixty collective volumes, and published more than six hundred articles in semiotics, religious studies, and visual studies. He is the winner of a 2018 ERCConsolidator Grant and of a 2022 ERC Proof of Concept Grant. He is editor-in-chief of Lexia, co-editor-in-chief of Semiotica (De Gruyter), and co-editor of the book series “Semiotics of Religion” (de Gruyter), and “Advancesin Face Studies” (Routledge).
Stéréotypes et idéologies dans le cadre des intelligences artificielles génératives (IAGs)
Maria Giulia Dondero (F.R.S.-FNRS/ULiège), Massimo Leone (University of Turin)
Les bases de données d’entraînement des IAGs tels que Midjourney et DALL•E, composées de milliards de paires texte-image, sont porteuses de stéréotypes (liés à la race, au genre, aux professions, aux âges etc.) qui sont ensuite reproduits face à l'utilisateur des modèles de traduction automatique texte-image, amplifiant de ce fait leur présence dans le paysage numérique. Dans un premier volet de notre panel, on analysera ainsi les correspondances établies entre mots et images dans les IAGs, en étudiant comment ces associations reflètent des idéologies sous-jacentes. Dans un second volet, nous examinerons comment ces IAGs influencent la théorisation de l'image. Ce panel vise donc deux objectifs : 1. identifier et étudier les stéréotypes véhiculés par les IAGs tels que Midjourney et DALL•E dans la traduction automatique texte-image ; 2. étudier la transformation que ces IAGs impliquent dans les travaux scientifiques en sémiotique visuelle, en digital humanities et en études visuelles.
Mots-clés : Intelligence artificielle generative; image; stereotype.
Langues du symposium : portugais, anglais, français
Stéréotypes et idéologies dans le cadre des intelligences artificielles génératives (IAGs)
Maria Giulia Dondero (F.R.S.-FNRS/ULiège), Massimo Leone (University of Turin)
Teoria Semiótica da Mente de C.S.Peirce e Cognição Distribuída
João Queiroz (UFJF), Ricardo Gudwin (UNICAMP)
Este simpósio explora diversas interseções entre a Semiótica Cognitiva de Charles S. Peirce e as Ciências Cognitivas Distribuídas, com ênfase nas teorias da mente incorporada, situada e estendida, inferência abdutiva e raciocínio diagramático. A teoria semiótica da mente de Peirce concebe a cognição como um processo externalizado, triádico e inferencialmente estruturado, para além da cognição individual (e neurocêntrica), operando por meio de andaimes semióticos e artefatos protéticos, redes sociosemióticas e aparatos tecnológicos. Alguns tópicos (lista não-exaustiva): 1. Modelagem semiótica de processos cognitivos distribuídos; 2. Papel da abdução, dedução e indução na modelagem de processos distribuídos; 3. Raciocínio diagramático como ferramenta para solução de problemas situados; 4. Interação entre próteses e andaimes semióticos; 5. Aplicações da Semiótica Cognitiva peirceana em IA; 6. Abdução e inferência estatística em grandes modelos de linguagem (LLMs) (Pode a modelagem preditiva em larga escala aproximar-se do raciocínio abdutivo?). Este simpósio estimula um diálogo interdisciplinar entre Semiótica, Ciências Cognitivas, Filosofia da Mente, IA e Humanidades Digitais.
Palavras-chave: Cognição; semiose; C.S.Peirce
Línguas do simpósio: Português, inglês, francês, italiano e espanhol
João Queiroz (UFJF)
João Queiroz é professor no Instituto de Artes da Universidade Federal de Juiz de Fora (Brasil), e no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da mesma instituição. É autor, editor e co-editor de muitos livros e “special issues”, entre os quais "Charles S. Peirce, Cognição e Ação do Signo" (2023, Kotter Editorial), “Peirce’s Extended Theory and Classification of Signs” (2019, Mouton), “Visualizando Signos” (2017, Blucher/FAPESP), “Diagrammatical Reasoning and Peircean Logic Representation” (2011, Mouton), “Genes, Information, Semiosis” (2009, Tartu University Press).
Ricardo Gudwin (UNICAMP)
Ricardo Ribeiro Gudwin é professor associado no Departamento de Engenharia de Computação e Automação Industrial, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, da Universidade Estadual de Campinas - DCA/FEEC/UNICAMP. Atua na área de sistemas inteligentes, tendo apresentado contribuições nas áreas de sistemas e lógica fuzzy, redes neurais e sistemas evolutivos.